Mucormicose e candidíase em cães.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: ALVES, Rodrigo Cruz.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E SAÚDE ANIMAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25672
Resumo: Ultimamente, as doenças fúngicas tem sido responsáveis por elevada mortalidade na espécie canina. A zigomicose e a candidíase estão inseridas entre as principais micoses que eventualmente podem provocar infecções sistêmicas e fatais em indivíduos imunossuprmidos. Esta Dissertação, foi elaborada em dois capítulos, composta por dois artigos originais. O primeiro submetido à Journal of Comparative Pathology relata dois casos de infecções por fungos da ordem Mucorales com envolvimento sistêmico e hepatogástrico em cães, descrevendo os aspectos epidemiológicos, clínicos e patológicos. A doença ocorreu em cães Poodle, machos com idade de um e dez anos. As alterações clínicas incluíam sinais respiratórios, neurológicos e gastrointestinais que progrediram evoluindo para morte em três a dezenove dias. Macroscopicamente, no caso 1, havia áreas irregulares amareladas ou avermelhadas e elevadas que aprofundavam-se ao corte nos pulmões, coração e encéfalo. No caso 2, as alterações consistiam em ruptura de estômago com bordos e mucosa gástrica recobertos por espesso material brancacento e friável, além de múltiplas áreas extensas nodulares e cavitações profundas amarelo-brancacentas na superfície capsular do fígado. Histologicamente, foram observados piogranulomas em todos os órgãos afetados, associados a hifas fúngicas, vasculite e trombose. O diagnóstico de mucormicose foi realizado através das lesões microscópicas associadas às características morfotintoriais das hifas. As hifas foram fortemente imunomarcadas pelo anticorpo monoclonal anti-Rhizopus arrhizus. O segundo artigo, foi submetido à revista Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, descreve os aspectos epidemiológicos, clínicos e patológicos de três casos de candidíase sistêmica associada a cinomose em cães. Os cães acometidos tinham idade de quatro meses a cinco anos. Desses, dois eram cães sem raça definida e um Poodle. As manifestações clínicas eram predominantemente neurológicas, seguidas de alterações inespecíficas com evolução de cinco a trinta dias. Na necropsia havia áreas branco-amareladas circundadas por bordas avermelhadas nos rins, coração, fígado, linfonodo submandibular e pulmão. Adicionalmente, no caso 2, havia material grumoso brancacento aderido à superfície epicárdica, artéria aorta, saco pericárdico e baço. Além de infarto no testículo direito, hidroureter, pielonefrite e hidronefrose. No caso 1, havia aumento da articulação carpo-metacárpica direita com conteúdo avermelhado e turvo. No encéfalo, as lesões caracterizavam-se por áreas enegrecidas e/ou avermelhadas e friáveis. Microscopicamente, as lesões consistiam em áreas de necrose e hemorragia, circundadas por neutrófilos associada a vasculite, congestão, trombose, infarto e fungos com vários padrões morfológicos que incluíam leveduras, pseudo-hifas e hifas. Os três cães estavam imunossuprimidos decorrente da infecção concomitante pelo vírus da cinomose canina. Os casos 2 e 3 foram diagnosticados ainda com dermatofitose generalizada e linfoma, respectivamente. O diagnóstico de candidíase sistêmica foi realizado através das características morfotintoriais do agente e imunomarcação pelo anticorpo policlonal anti-Candida albicans. Com a realização desses trabalhos foi possível constatar que a mucormicose e a candidíase são doenças esporadicamente diagnosticadas na rotina do Laboratório de Patologia Animal do Hospital Veterinário Universitário Prof. Dr. Ivon Macêdo Tabosa da UFCG. Embora pouco frequentes, essas micoses constituem importantes causas de morte em cães.