A cor como signo de contracultura nas capas de discos da tropicália.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: TEIXEIRA, Cláudio de Sousa.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Ciências e Tecnologia - CCT
PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/12212
Resumo: Esta pesquisa partiu do pressuposto de que o conjunto dos acontecimentos sociais que ditaram a dinâmica dos anos 1960 influenciou o design gráfico das capas de discos tropicalistas e, consequentemente, suas cores. Nesse sentido, foi desenvolvido um estudo focado na interpretação dos significados expressos nessas embalagens, com o objetivo de explicar como as cores se articulam aos demais signos na construção de discursos visuais que representam a contracultura. Para tanto, utilizou-se um referencial teórico-metodológico composto por conceitos da Teoria Semiótica (ferramenta de análise) e Teorias da Cor (conceitos específicos inerentes às cores). Numa abordagem qualitativa, este estudo tem como corpus de análise as capas dos seis discos do movimento Tropicália, lançados no ano de 1968. Inicialmente, são apresentadas as bases ideológicas e abrangência do movimento, identificando-se as correntes artísticas e culturais vinculadas ao uso das cores na época, bem como as mensagens de contracultura difundidas nas capas. Posteriormente, são categorizados os signos plásticos, icônicos e linguísticos contidos nos designs e são analisadas as relações entre cores e demais signos, e os significados que podem representar, considerando-se o contexto social, político e cultural em que os discos foram produzidos. Os resultados das análises mostram que as cores e características cromáticas utilizadas remetem ao primitivo e exótico (por meio das cores da natureza e daquelas relacionadas à cultura indígena), ao esotérico e enigmático (com o uso de cores irreais ou incomuns), como também ao espiritual e ao psicodélico (profusão de cores e vibração óptica). No corpus analisado, determinadas cores representam a negação e oposição a valores arcaicos, sugerindo os conceitos de vanguarda e modernidade (recorrência do preto), além de crítica subjetiva à ditadura e representação do intelectual e revolucionário (preto e vermelho), estabelecendo uma oposição às cores oficiais, nacionalistas (verde, amarelo e azul). Verificou-se ainda o uso de cores e combinações visualmente atrativas, que remetem à sedução e persuasão, significando crítica subjetiva ao capitalismo por meio da ironia. Por fim, esta pesquisa demonstrou que, em conjunto com os demais elementos da composição gráfica, as cores das capas de discos tropicalistas expressam uma contraposição à cultura vigente, trazendo consigo representações de crítica ao establishment e ao mainstream.