Avaliação da osseointegração do implante cerâmico cilíndrico de β - tricálcio fosfato (β - TCP) de fase pura em defeitos segmentares críticos do osso do rádio de coelhos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: GARCIA, Daniel Cardoso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR
PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS EM REDE PROFLETRAS (UFRN)
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35871
Resumo: A boa formação e aceleração da cicatrização óssea em casos de fraturas e grandes perdas ósseas ocasionadas por diferentes motivos são temas atuais e de grande relevância, e são estudados por vários grupos em todo mundo, tanto na medicina humana e odontologia, quanto na medicina veterinária. Em muitos casos ortopédicos, o uso de implantes e enxertos, sejam naturais ou sintéticos, tem sido utilizado com o objetivo de reparar os defeitos ósseos causados nessas situações, com diferentes resultados sendo relatados. Especificamente neste estudo, os objetivos principais foram avaliar os resultados clínicos, radiográficos, micro-tomográficos e histológicos relacionados à formação e evolução da cicatrização óssea em ossos do rádio de coelhos ostectomizados quando utilizado o implante cerâmico de β - tricálcio fosfato (β - TCP) ou enxerto ósseo cortical alógeno para preenchimento dos defeitos críticos segmentares ósseos. Para tanto, neste experimento foram utilizados 19 coelhos da raça Nova Zelândia, divididos em 3 Grupos (A, B e C) compostos de 06 animais em cada, sendo que nos animais do Grupo A foi implantado o bloco de β - TCP e nos animais do Grupo B foi utilizado o enxerto ósseo cortical alógeno para preenchimento dos defeitos. Para os animais do Grupo C, a ostectomia foi realizada como nos Grupos A e B, porém foi deixada sem qualquer tipo de preenchimento. Um animal remanescente foi utilizado para a confecção dos enxertos ósseos corticais alógenos. Tanto para o Grupo A, como para o Grupo B, placas e parafusos bloqueados de 1.5 mm confeccionados em titânio foram utilizados para realização das osteossínteses e estabilização dos implantes e enxertos nos sítios ostectomizados. Avaliações clínica, radiográfica, micro- tomografia computadorizada (μCT) e histológica foram realizadas em diferentes momentos para verificar a ocorrência de osseointegração, a função dos membros operados e a possível reabsorção dos implantes. Aos 120 dias de pós-operatório, em todos os animais do Grupo C houve crescimento ósseo nos defeitos criados, porém culminando com ocorrência de não- uniões ósseas visíveis. Já nos animais do Grupo B houve adesão celular e integração óssea sem que ocorressem quaisquer sinais de infecção ou inflamação, resultados que diferem daqueles encontrados no Grupo A, nos quais não foram observados sinais de ocorrência de osseointegração entre o implante de β - TCP e osso hospedeiro, apesar da boa aderência e posicionamento dos mesmos nos defeitos ósseos, e nem os implantes foram reabsorvidos. A biocompatibilidade do biomaterial cerâmico corroborou com os resultados de outros estudos, porém a osseocondutividade apresentou resultado diferente, ou seja, não foi observado bioatividade, fato provavelmente relacionado à característica de baixa porosidade do implante. Conclui-se então, que os implantes β - TCP de fase pura customizados não apresentaram as características osseocondutoras e osseointegrativas citadas por outros autores e não foram eficazes para a consolidação e integração entre os ossos do hospedeiro e os biomateriais neste estudo. Novos estudos devem ser realizados para fornecer mais informações a respeito desse bloco cerâmico, principalmente quanto à sua porosidade e formato, a fim de considerá-lo como um possível biomaterial para substituição óssea que possa ser utilizado de forma rotineira na cirurgia ortopédica e traumatológica reconstrutiva em medicina veterinária.