Corpos de branco e rosa: as transformações corporais nos espaços prisionais femininos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: ANTERO, Nadjaria Kalyenne de Lima.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/12499
Resumo: Nesta dissertação, seguiu-se a partir da figura das mulheres presas da Penitenciária Regional Feminina de Campina Grande, localizada na cidade de mesmo nome. Percebida por mim enquanto categoria, discuti essa e outras como prisão e corpo, que revelaram particularidades no campo de estudo. Na pesquisa, mediante ao auxílio de teóricos como Michel Foucault, Erving Goffman, Pierre Bourdieu e Anthony Giddens, abordei a temática da corporeidade na mulher presa. O meu desejo foi o de compreender quais as transformações corporais dessas mulheres e como isso acontece diante da dinâmica social nas prisões brasileiras. Para alcançar esse objetivo central, acionei conceitos como casulo protetor, segurança ontológica e habitus para mostrar a maneira como essas mulheres reclusas lidam com essas mudanças, incorporam e desenvolvem comportamentos, se destacando das mulheres que estão circulando pelas ruas. Com isso, dividi as minhas descobertas de duas formas: Na primeira parte, eu faço um esforço de levantar uma discussão analítica-teórica envolvendo esses e outros autores, depois, apresento os dados coletados do campo de pesquisa e como isso se relaciona com a teoria escolhida. Para atingir os objetivos, também exercitei os processos de escuta e fala, com a análise da observação participante e técnicas estabelecidas pela etnografia. A pesquisa completa foi realizada durante meses, entre idas e vindas ao presídio, mas a aplicação de entrevistas se deu entre os meses de dezembro de 2019 a janeiro de 2020 no bairro do Serrotão. É a arquitetura das prisões e todo o seu corpo físico, que foram observados sob o prisma de como eles (re)produzem não somente as subjetividades dessas mulheres, mas em como influenciam nos corpos desses sujeitos, transformando-as sejam em corpos marcados por cicatrizes, procedimentos de autocuidado ou mesmo disciplinados. Essa escrita tomou como base a história narrada por essas mulheres, que a partir da prisão revelaram peculiaridades, costuradas com as contribuições teóricas, possibilitaram caminhos a serem desvencilhados nas Ciências Sociais. Nos resultados, identifiquei diversas transformações corporais e que elas afetam a vida e dinâmica social do grupo estudado no ambiente carcerário. Foram mudanças na alimentação, na forma de se vestir, o autocuidado e até sinais de definhamento corporal. Não obstante, elas também sofreram com os processos internos potencializados em forma de abandono, saudade e solidão por trás das grades.