Avaliação do risco radioativo por níveis de radônio-222 no ar de garimpos e ambientes internos de residências no Seridó Paraibano.

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: CATÃO, Rayssa de Lourdes Carvalho Marinho do Rêgo.
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande; Brasil; Centro de Humanidades - CH; PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS; UFCG
• Palavras-chave em Português: Radioatividade; Câncer; Contaminação; Radônio-222; Saúde; Garimpo; Risco radioativo; Águas subterrâneas; Radioactivity; Cancer; Contamination; Radon-222; Health; Mining; Radioactive risk; Groundwater; Radioactividad; Cáncer; Radón-222; Salud; Minería; Riesgo radiactivo; Agua subterránea; Recursos naturais
• Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35829

Os seres humanos sempre estiveram expostos as fontes naturais de radiação ionizantes, que incluem os raios cósmicos, radionuclídeos cosmogênicos e principalmente, os radionuclídeos primordiais e seus descendentes. O radônio, especificamente o isótopo 222Rn produto de decaimento da série do 238U, apresenta maior relevância para dosimetria de ambientes internos, contribuindo, em média, com quase 54% da exposição mundial derivada da radioatividade natural. Ao ser ingerido e principalmente quando inalado, pode apresentar potencial risco determinístico para os seres vivos. No Nordeste brasileiro, mais precisamente no Seridó paraibano, existe predominância de formações geológicas pegmatíticas, que podem conter ocorrências de urânio e configurar risco devido à emanação do 222Rn. Neste contexto, esta pesquisa objetiva avaliar o risco radioativo por níveis de radônio-222 no ar e doses efetivas em ambientes internos nos municípios de Picuí-PB e Nova Palmeira-PB. O monitoramento foi realizado com auxílio de dosimetria passiva fazendo uso de detector alfa, modelo Corentium Home. O arranjo experimental para medida de radônio foi definido em ambientes internos de permanência prolongada e em locais que tenham pontos de água, como banheiro e cozinha, sempre posicionando o aparelho a uma altura variável do piso de 0,90m< h <1,50m. Também foram realizadas medições em minas de extração de recursos minerais. Paralelamente, foi aplicado um questionário visando identificar possíveis parâmetros e hábitos que possam ser correlacionados com os resultados da pesquisa. Modelos estatísticos descritivos foram utilizados para tratamento dos dados e inferência sobre a situação radiométrica dos municípios. Foram identificadas concentrações de ²²²Rn no ar do Seridó oriental paraibano, mas em baixos níveis. O risco radioativo decorrente da exposição ao ²²²Rn em ambientes internos na população residente em Picuí e Nova Palmeira variaram de 0,0 a 31,82 Bq/m³, sendo a estimativa da média de gás radônio e seus descendentes cinco vezes menor do que o limite máximo de 100 Bq/m³ estipulado pela WHO. Foi verificado que os cômodos que faziam uso de água em seu ambiente interno, banheiro e cozinha, apresentaram maiores concentrações de ²²²Rn no ar. O uso da água em ambientes internos foi identificado como variável indispensável na análise de radônio 222 em locais fechados. Com relação as fontes de água, foi encontrada uma correlação positiva entre o uso de águas subterrâneas e maiores concentrações de ²²²Rn no ar, sendo um forte indicativo da presença de radônio nas águas subterrâneas de Picuí-PB e Nova Palmeira-PB. Nas demais fonte avaliadas, não foi encontrado correlação com o ²²²Rn. A dosimetria calculada para a área de estudo, foi enquadrada no nível background, sendo menor do que o limite permitido pela UNSCEAR, 2000. O risco para obter câncer de pulmão no Seridó oriental paraibano devido a inalação do ²²²Rn foi de 8,1 habitantes a cada 1 milhão de pessoas residentes no período de um ano na área, sendo abaixo da média mundial que é de 170 a 230 por milhões de pessoas, por ano. Com relação ao ²²²Rn no ar, só foi possível correlacionar com o câncer de pulmão. Nos garimpos do Seridó oriental paraibano todas as leituras radiométricas indicaram baixas concentrações de ²²²Rn, e isso pôde ser justificado por serem ambientes superficiais e ventilados, sem riscos para a saúde dos garimpeiros.