Caracterização dos lodos produzidos na ETE Cabanga - Recife - Pernambuco.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1995
Autor(a) principal: SUASSUNA, Rita de Cascia Avelino.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2959
Resumo: A pesquisa foi realizada na Estação de Tratamento de Esgotos de Cabanga situada em Recife (PE), pertencente à Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA). Nessa estação, o esgoto bruto afluente era submetido ao processo de gradeamento para retenção de sólidos grosseiros e posteriormente ao desarenamento em caixas de areia. Destas, seguia para os decantadores primários onde era gerado o lodo cru a ser digerido posteriormente nos digestores primário e secundário. Após a digestão, o lodo era descarregado para os leitos de secagem onde ocorria a sua desidratação através da drenagem e evaporação do liquido intersticial (líquido drenado). O objetivo deste trabalho foi a caracterização do Iodo cru originado nos decantadores primários, do lodo digerido efluente do digestor secundário nos diversos períodos de secagem e do líquido drenado dos leitos de secagem. Além disso foi avaliada a qualidade físico-química e sanitária do lodo final seco da ETE Cabanga e a possível utilização desse lodo na agricultura como fertilizante e condicionador do solo. As amostras de lodo cru foram analisadas no período de 16/08/93 a 20/08/93 e de 27/09/93 a 01/10/93 nos experimentos 01 e 02, respectivamente. Em ambos os experimentos as coletas foram realizadas a cada dois dias nos horários de 9, 13 e 17 h. No período de 05/03/93 a 25/10/93 foram realizados seis experimentos para caracterizar o lodo digerido. Em cada experimento foram coletadas amostras de lodo no primeiro dia de secagem e ao longo do processo de secagem em intervalos de tempo variados. As amostras para caracterização do líquido drenado foram coletadas em cada experimento realizado com lodo digerido, desde que o leito utilizado- para a secagem possuísse acesso à tubulação que coletava esse líquido. No primeiro dia de secagem foram coletadas as amostras iniciais e as subsequentes a cada três dias, caso houvesse liquido escoando através da camada drenante. Os parâmetros analisados foram: temperatura, ST, STF, STV, peso específico, teor de umidade, pH, nitrogénio total, amónia, fósforo total, salinidade e ovos de helmintos. A análise dos resultados experimentais de caracterização permitiu concluir que o lodo cru e digerido (líquido e seco) e o líquido drenado dos leitos da ETE possuem uma excessiva salinidade devida à entrada de água do mar na rede de esgoto. O movimento das marés (preamar e baixa-mar) provocou variações nas concentrações de cloreto (7005 - 14224 mg/l) e de sódio (5137 - 8318 mg/l) do lodo cru. Durante a secagem do lodo digerido as concentrações de cloreto variaram de 4200 a 12175 mg/l e as de sódio de 3067 a 15330 mg/l, enquanto no líquido drenado dos leitos de secagem estas variações foram de 4118 a 10889 mg/l e de 2277 a 11270 mg/l, respectivamente. Além da salinidade, os lodos cru e digerido da ETE Cabanga apresentaram ainda elevados números de ovos de helmintos. No lodo cru, as concentrações de ovos de A^. lumbricoides e T\_ trichiura variaram de 8600 a 45467 ovos/l e de 533 a 1667 ovos/l, respectivamente. O Iodo final seco também apresentou elevados números de ovos de A lumbricoides (15378 a 37422 ovos/l) e de T\ trichiura (133 a 1267 ovos/l). A elevada salinidade e a considerável quantidade de ovos de helmintos presentes no lodo seco inviabilizam o seu uso agrícola, uma vez que pode prejudicar o solo e o desenvolvimento das plantas e contaminar o meio ambiente.