Identificação e análise de fatores que afetam a comercialização de algodão arbóreo em caroço na microrregião seridó-RN.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1980
Autor(a) principal: LUCENA, Leandro Severiano de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA RURAL E REGIONAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/3618
Resumo: A análise, dos resultados observados na pesquisa, permitiu o alcance dos objetivos propostos e verificação da hipótese de que a ação do Intermediário, auxiliada por mecanismos de comercialização e desorganização dos agricultores, acarreta descapitalização dos produtores. Apresenta-se a seguir, em termos gerais, as principais conclusões verificadas no presente estudo, a cerca do processo de comercialização do algodão arbóreo em caroço. A falta de acesso aos serviços governamentais relacionados a comercialização e a própria produção, que atinge dlretamente e em maior escala ao pequeno produtor, não permite a que os mesmos possam reter a produção e especular melhores preços. Vesta maneira, o produto é entregue ao Intermediário logo após a colheita, ou ainda, â medida que se processa tal atividade. Para Isto, em geral, ha um compromisso anterior do produtor com este agente da comercialização que e normalmente proprietário de terra. A ação do Intermediário, na verdade, se Inicia bem antes da colheita, financiando as despesas da produção e fornecendo gêneros ao produtor. No caso da produção em parceria, o compromisso citado, alem dos aspectos acima, tem Inicio no ato da cessão da terra para o cultivo, dado que este acordo, na maioria dos casos, condiciona a comercialização do produto. Esse procedimento do Intermediário Inibe qualquer outra opção dos pequenos produtores quanto aos canais de comercialização do algodão. O processo de comercialização vigente, Inadequado para o pequeno e parte dos médios produtores, beneficia ao Intermediá-lo de uma maneira geral. Estas vantagens se apresentam como reflexos das próprias atividades ou serviços da comercialização, que são oferecidos aos produtores rurais através de diferentes políticas. Inclui-se aqui a Política de Garantia de Preços Mínimos, Informação de Meneado, Armazenamento e Classificação do Produto. O próprio transporte do algodão, cujo casto é diretamente pago pelo usineiro, embora indiretamente seja cobrado ao produtor, constitui uma fonte de lucro para o Intermediário. Os diferentes Instrumentos referidos, facilmente acessíveis aos grandes produtores, e por tanto, ao Intermediário, são por estes utilizados de forma a possibilitar a obtenção de uma margem de comercialização relativamente alta [2 0,61], comparada ao preço médio recebido pelo produtor [CR$ 9,7 8 por kg). Esta margem de comercialização que, naturalmente e subtraída da renda do pequeno produtor, com certeza reflete negativamente na produção, afetando a quantidade e o. qualidade do produto. Com referência ao preço do algodão, o qual apresenta um comportamento crescente ao longo da safra, é Inicialmente determinado pelo usineiro e reduzido pelo Intermediário para então chegar ao 'pequeno produtor. Constitui-se assim, combinado com a época de comercialização do produto, um outro mecanismo que é manipulado pelo Intermediário para obtenção de maiores lucros. Os diferentes mecanismos utilizados pelo Intermediário e que espelham a sua atuação junto aos produtores, estão correlacionados aos diversos estratos de produção, sendo exatamente junto à classe dos pequenos produtores onde se verifica a maior atuação daquele agente. Agrega-se a esta situação o grau associativista do produtor, dado que o Índice de sua organização, se manifesta segundo os estratos de produção. principalmente o pequeno e parte dos médios produtores são os mais desorganizados, e desta maneira, favorecem grandemente a atuação do Intermediário. Ressalta-se no entanto, com referência ao aspecto associativo, que os pequenos produtores se encontram desorganizados porque não são suficientemente orientados, e desta maneira, desde que persuadidos, estariam dispostos à constituição de grupos ou filiação a cooperativas corretamente estruturadas.