O que trazes, de onde vens, o que te dou? Fatores socioculturais e sua influência na relação entre fisioterapeutas e pacientes.
Ano de defesa: | 2009 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/5492 |
Resumo: | Partindo do debate realizado no campo da Sociologia e Antropologia da Saúde e do conceito de "habitus", de Pierre Bourdieu, analisamos neste trabalho a relação Fisioterapeuta e Paciente, a partir de entrevistas realizadas com uma amostra de 80 integrantes dos dois conjuntos de atores da cidade de Campina Grande, Paraíba. Tendo em vista a complexidade inerente às práticas da saúde e aos indivíduos adoecidos, ou com disfunções residuais às doenças, profissionais do campo da saúde com formações diversificadas, integram a equipe no atendimento multi e interdisciplinar, nos níveis da assistência primária, secundária e terciária à saúde. A cada encontro entre profissionais e pacientes, a possibilidade da relação se faz presente. Nela cada um dos atores se posiciona lançando mão não apenas da sua competência profissional, mas também da habilidade relacional. Contudo, é corrente o entendimento de que há em curso, um conjunto de tensões e conflitos no campo da saúde resultando na chamada crise de harmonia clínica. Esta ocorre cotidianamente nos atendimentos dos serviços de saúde públicos e/ou privados, e é revelada pela crescente insatisfação, frustração e medo dos cidadãos-pacientes. Identifica-se, portanto, que a relação entre os fisioterapeutas e pacientes é uma relação entre indivíduos em suas posições sociais, sendo os comportamentos adotados orientados de acordo com os habituses a elas associados, sendo os principais elementos de diferenciação o capital econômico e o capital cultural. Tal relação, estruturalmente assimétrica, pode ser mais ou menos autoritária, mais ou menos participativa, porém apresenta uma característica marcante e naturalizada, de prescrição por parte dos profissionais da saúde e de obediência por parte dos pacientes. Com tal entendimento, nesse estudo, foram levantados dados sobre o "habitus" profissional do fisioterapeuta e o "habitus" familiar dos pacientes, a fim de identificar em que medida, estes influenciam as relações estabelecidas em processos fisioterapêuticos. A análise dos dados indica a força dos "habituses", na constituição do caráter dos encontros entre fisioterapeutas e pacientes, já que as disposições herdadas através das trajetórias dos sujeitos no espaço social, determinadas, sobretudo, pelo volume de capital econômico e cultural, influenciam as operações proxêmicas e as respostas a elementos da interação tais como a comunicação verbal e não-verbal presentes nos diversos níveis de atenção à saúde. |