A construção de um povo e de um lugar: estratégias da criação da identidade sertaneja paraibana na obra Através do Sertão de Celso Mariz e sua diferença do projeto do IHGP.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: AQUINO, Viviane de Fátima.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/11853
Resumo: Os estudos sobre criação identitária na Paraíba que focalizam a retórica dos historiadores do IHGP partem da proposição de que a paraibanidade é fruto da conquista colonial, e tomam como pressuposto o espaço litorâneo, quando do processo de conquista do território da capitania real. A fundação da cidade de Filipéia deNSª. das Neves e os acontecimentos nela havidos teria sido, assim, o epicentro da própria capitania, atuando como palco e como agente da simbologia identitária do paraibano. Tal enfoque, necessário dizer, onubla as variadas frentes de colonização em ocorrência pelo interior da capitania na simbologia da criação identitária local, reforçando a cisão litoral/sertão tão presentes no pensamento social brasileiro do século XX, ancorados na dicotomia simplória do pretensamente moderno/arcaico. Não obstante, é inegável ter sido a interiorização da capitania e da colonização do sertão temas demasiados importantes na constituição da narrativa daqueles historiadores, o que nos leva a indagar se a identidade paraibana teve sua criação fomentada na historiografia a partir, também, da região considerada sertão. Portanto, sem pretensão de reeditar discussões havidas, nossa investigação se pauta nos escritos de Celso Marques Mariz, intelectual paraibano e sertanejo, que se dedicou à escrita da História da Paraíba, enquanto membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, buscando compreender as estratégias condutoras da formação da sociedade do interior paraibano. Analisamos como suas retóricas escamoteiam a tentativa de acrescer um lugar para si, o encaixe do “sertanejo” no mosaico identitário paraibano. Separamos os discursos utilizados por este autor, que nos levaram a afirmar a ideia de que Mariz promove uma identidade para o sertanejo baseada em aspectos diferentes daqueles postos pelo IHGP no processo inicial da busca da identidade paraibana. Concluímos que Celso Mariz faz do sertanejo, um paraibano diferente, que se destaca na “raça”, na força provinda da alimentação diferenciada, na forma de religiosidade, na política e demais peculiaridades.