Desvelando as trilhas e tramas de um processo social: diferentes leituras da patrimonialização da feira de Campina Grande (PB).
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/4646 |
Resumo: | O presente trabalho tem como objetivo analisar o processo de registro da Feira de Campina Grande (PB), que durou de 2007 a 2017. O registro é um instrumento de preservação do patrimônio cultural, instituído pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que busca respeitar a dinâmica e o processo social que produz o bem cultural, além de incentivar a participação da comunidade local. A Feira de Campina Grande, lugar de memória que nasceu com a cidade de Campina Grande e que é referência para diversos campinenses, se constitui também como um lugar de disputas econômicas, políticas e sociais. Ela concentra uma complexidade de sentimentos e debates contraditórios, interesses diversos e projetos antagônicos, que são revelados por sua história e por processos sociais menores como é o caso do seu processo de patrimonialização. Existe o processo administrativo de registro, instituído pelo IPHAN, mas que se insere no processo social de mudanças e disputas da qual a Feira faz parte. Em que medida o processo de registro influencia e é influenciado pela estrutura das relações – interações, memória, discursos e práticas – estabelecidas em torno da Feira? De que forma o processo de registro nos revela o processo social no qual ela se insere? Como se estabeleceu o processo de registro no campo político da cidade? De que forma a prática institucional do IPHAN foi efetivada durante estes dez anos do registro da Feira (2007-2017)? A metodologia empregada para responder estas questões consistiu na utilização do trabalho de campo, com o recurso da etnografia, mais especificamente a análise situacional (GLUCKMAN, 1987), com pesquisa que incluiu a pesquisa histórica, entrevistas com a técnica de bola de neve onde recorremos à memória de alguns agentes que participaram do processo de registro, através de entrevistas semiestruturadas; outras fontes de pesquisa de extrema importância foram os processos administrativos que tramitam no IPHAN e no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP), os quais foram capazes de apresentar um tipo de linguagem burocrática, mas que serviram para ampliar e problematizar os discursos sobre o processo. Desta forma o texto descreve duas situações sociais que ilustram a história das tensões, disputas e apropriações políticas do espaço social e, assim, da patrimonialização. Assim, a descrição densa (GEERTZ, 2008) do processo administrativo de registro com seus documentos, ofícios e pareceres expressam mais uma vez o reflexo destas disputas. Desta forma, constata-se que o processo social e histórico pelo qual a Feira passou e vem passando se refletem na patrimonialização, onde projetos e interesses variados (políticos, econômicos e sociais) são efetivados, ora modificando o percurso do processo, ora transformando as disputas em alianças que contribuíram para o seu desfecho: o título de Patrimônio Cultural Brasileiro. |