A bordo da nau da esperança: o Caps-Ad enquanto lugar de ressignificação da identidade do dependente químico em Campina Grande.
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/21045 |
Resumo: | A sociedade dita civilizada pretendeu afastar todos aqueles que representavam desordem e anormalidade, e o manicômio logo se tornou o lugar ideal para isto. Durante muito tempo, os hospitais psiquiátricos foram responsáveis por enclausurar sujeitos e destituí-los de suas identidades. A partir da Reforma Psiquiátrica, outros modelos foram sendo implantados a fim de substituir estas instituições, sendo um deles o Centro de Atenção Psicossocial (Caps). Diante disso, este trabalho observa o papel do Caps-ad, unidade voltada para o atendimento dos dependentes de substâncias psicoativas, enquanto substituto do modelo manicomial na assistência ao dependente químico em Campina Grande, na Paraíba. O objetivo é analisar e discutir o Caps-ad como lugar de ressignificação da identidade do dependente, que por muito tempo tem sido estigmatizado por uma sociedade normatizada. Para construir uma história de como viviam os atores da loucura em Campina Grande antes da chegada do primeiro hospital psiquiátrico da cidade, popularmente conhecido como João Ribeiro, utilizei textos de um memorialista local e da historiografia para observar, num primeiro momento, a relação entre loucura e dependência química. Ademais, fiz uso de matérias jornalísticas e de relatos orais de memória de alguns dos atores históricos que recebem tratamento atualmente no Caps-ad da cidade, a fim de perceber se este novo modelo de atenção psicossocial está possibilitando a autonomia dos usuários, a reconstrução da identidade deles e a sua reinserção no contexto sociocultural. Além destas fontes, trago para o diálogo as discussões nacionais acerca da Reforma Psiquiátrica e da dependência química. Por meio desta análise, viso refletir acerca das construções identitárias em torno do dependente químico enquanto paciente do manicômio e enquanto usuário do Caps-ad, fundamentando a pesquisa com base em teóricos como Michel Foucault (2001), Stuart Hall (2006) e Erving Goffman (1974). |