Microbacia hidrográfica como instrumento de educação ambiental na articulação pela vitalização do Riacho das Piabas/PB.
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/17018 |
Resumo: | A ideia de ―desenvolvimento‖ está no centro da visão do mundo. No planeta globalizado e com múltiplos desafios ao Ser Humano a educação manifesta a necessidade de romper com modelos tradicionais para o ensino. Na gestão das cidades, as tomadas de decisão, manifestadas na compreensão de mundo, representam não somente o estado atual da cultura do povo, mas o nível de fertilidade educacional. No Brasil, o crescimento de urbes avançou historicamente desprovido de participação social e em detrimento das áreas férteis. No Estado da Paraíba, Campina Grande evoluiu de povoado à vila e cidade sobre os domínios da Microbacia Hidrográfica Riacho das Piabas (MBHRP). Sob a passividade de sua população 2/3 da microbacia foram urbanizados gerando prejuízos altamente socializados. Em contra ponto a situação, um coletivo afetado passou a questionar o acesso e uso dado aos recursos naturais da microbacia e criou a Articulação Interinstitucional pela Revitalização do Piabas, congregando escolas, igrejas, comunidades, ONGs e universidades. O Autor se fez membro da Articulação. A reflexão da problemática permitiu enxergar padrões intrínsecos à limitação educacional e cultural nos agravos avaliados, sendo acatada a intervenção educacional. Neste contexto a presente tese ocorreu no ambiente da Articulação e teve como objetivo principal evidenciar remanescências naturais e aspectos físicos da ambiência do Piabas dentro de uma proposta educativa. Os objetivos específicos enfocaram quatro pontos de investigação, a saber: a) morfometria e uso e ocupação do solo; b) recursos hídricos; c) composição avifaunística; d) mobilização do coletivo. A pesquisa participante foi realizada durante 36 meses (janeiro de 2011 a fevereiro de 2014) e envolveu um mix de estratégias entre as ciências exatas, naturais, sociais e cognitivas, tendo a educação ambiental como eixo integrador de ensino, pesquisa e extensão. O processo de sensibilização ocorreu em todas as fases ligando campo e cidade e subsidiando bens comuns: materiais pedagógicos, publicações científicas, reuniões, exposições, mostras pedagógicas, gincanas, caminhadas ecológicas, plantio de mudas, mutirões de limpeza, oficinas, participação em programas locais, palestras, mesas redondas, comunicação pela mídia. Para efeito de analise da hipótese em que ―a atitude coletiva de cuidar da natureza pode ser melhorada com o tempo em função do incremento da base educativa no tecido social‖ foram comparados dois períodos distintos: de 1988 a 2010, período denominado de pré-articulação e de 2011 a 2013 o período pós-surgimento da Articulação. Como resultados destacou a morfometria que a microbacia pertence aos municípios Puxinanã, Lagoa Seca e Campina Grande com respectivamente: 4,57%, 6,47% e 88,15%, área total (A) de 3.541 ha e comprimento do curso d’água principal (L) de 19,6 km. O uso e ocupação do solo verificou crescimento urbano de 122% entre os anos de 1986 e 2007 e redução da vegetação primária em 76,14 %. Nos recursos hídricos apurou-se que os trechos de cabeceiras são ricos em nascentes e água doce com parâmetros físico-químicos desejáveis. O estudo avifaunístico revelou existência de 5,56% da avifauna brasileira, 12 espécies são endêmicas e uma ameaça de extinção. No contexto da mobilização foi reconhecida a inter-relação da Articulação e o avanço das ações em prol do riacho nos anos de sua existência. Concluiu que ainda se resguarda áreas do ecótono Caatinga-Mata Atlântica relativamente preservadas e que a intervenção educativa gerou ganhos institucionais, sociais, ambientais, econômicos, políticos, pedagógicos, culturais para além da conclusão da pesquisa. Como sugestão está um Norte mais claro para a urbe pautado no desafio de revitalizar o sistema em função da utopia de cidade eco inteligente para Campina Grande/PB. |