Transformação na grande propriedade rural e do sistema de moradia no Sertão Paraibano: entre velhas estruturas de dominação e novos contornos de resistência.
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/28182 |
Resumo: | Esta tese analisa as transformações socioprodutivas e relações de trabalho vinculadas ao sistema de moradia da grande propriedade rural, no sertão paraibano, durante o período do binômio algodão-pecuária e após a sua falência, com a desagregação do regime de parceria. Centrada em dois casos de estudo bastante singulares em sua composição, que contemplam condições distintas de subordinação e reprodução de um grupo social, frente a velhas e novas estruturas de dominação e realinhamento do sistema de moradia, buscou-se compreender quais os itinerários escolhidos e destino social dos diferentes atores envolvidos, bem como a atualização de suas representações enquanto categorias ou grupo no meio rural. Para isso se combinaram bem os procedimentos de interpretação dos estudos clássicos e historiografia local sobre ocupação, economia regional e políticas oligárquicas, com a investigação, especialmente através do uso da história de vida e da observação participante, em que a liberdade do narrador é respeitada no que tange à sua vontade sobre o encadeamento e conciliação dos momentos do seu passado e presente. Como resultado, foi possível conceber um tipo puro de categoria, ou grupo social existente nos tempos áureos do “ouro branco”, o qual se denominou morador-meeiro, cuja identidade e sociabilidade é vinculada a um tipo específico de economia moral, distinto dos moradores “sujeitos”, tradicionais dos canaviais. Esta desvinculação de trabalhadores rurais de produção tutelada, que se situavam em contextos contrapostos: morador da zona açucareira x morador-meeiro do algodão, é necessária por promover a especificidade de cada grupo social e os campos de força dos quais faziam parte. Considera-se que o intuito maior deste estudo foi revelar a existência deste especifico grupo social, hoje ressignificado e resistente diante de processos de exploração-dominação ainda presente na grande propriedade rural, que por sua vez, buscou sua reestruturação produtiva após a derrocada da economia algodoeira no sertão paraibano. Em tal situação atualizada, consideramos ainda o lugar do sistema de moradia na manutenção da grande propriedade rural, como condição de sustento tanto em sua reprodução, quando em avanços de novos arranjos produtivos, projetados em torno de discursos modernos sobre sustentabilidade e inovação, porém cercados de sombras da tradição. |