Um estudo da visual vernacular (vv): cultura e literatura surda em diálogo com a estética da recepção.
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/32529 |
Resumo: | A Visual Vernacular (VV) surgiu como uma forma de arte performática que usa elementos próprios das línguas de sinais (LS) e técnica teatral mímica, mas é algo diferente de ambos. Sobre a VV, sua localização na literatura tem a merecida representação nos referenciais teóricos que lastram as discussões sobre a estética na Literatura Surda (SUTTON-SPENCE; KANEKO, 2016; SUTTON-SPENCE, 2021; BAUMAN, 2006; BRANDWIJK, 2018). Esta forma de arte e Literatura Surda é o objeto de estudo que resulta nesta dissertação de mestrado. Nos propomos, como objetivo geral, investigar sobre a VV e a sua recepção por pessoas surdas. Para alcançá-lo, nossos objetivos específicos foram: 1) pesquisar sobre a VV para entender seus vínculos com a Literatura Surda; 2) revelar o caminho que percorre esse fenômeno estético e para onde ele aponta no contexto atual sob influência da tecnologia e da cultura visual presente no mundo moderno; 3) registrar e analisar a recepção de surdos a obras em VV, tendo por guia a Estética da Recepção aplicada à crítica literária, aos estudos culturais e estudos surdos. A pesquisa se caracteriza como um estudo exploratório (YIN, 2005; GIL, 2008 e 2010; BARDIN, 2011) acerca do fenômeno da Visual Vernacular na Literatura Surda e a recepção de vídeo-obras em VV por surdos. Como procedimentos metodológicos nós: (a) levantamos informações sobre a origem do termo e conceituação da VV, desde seu contexto de criação (MARCEAU, 1978); (b) caracterizamos, conceituamos e teorizamos a partir de fontes bibliográficas e videográficas sobre a VV em seus aspectos culturais e literários; (c) fizemos uma análise de vídeo-obras da Literatura Surda em VV significativas para representar produções de autores internacionais e nacionais; (d) realizamos entrevistas semiestruturadas e apresentamos as quatro vídeo-obras por nós analisadas para três grupos de pessoas surdas, a saber: acadêmicos na área de Letras/Libras, não acadêmicos que atuam como artistas da arte e sem nível superior, e surdos que não são acadêmicos nem artistas, buscando entender a recepção dessas obras por eles. A análise dos dados, está guiada pelo referencial teórico da Estética da Recepção e o papel do leitor (JAUSS, 1994; ISER, 1996), Crítica literária (IMBERT, 1971) e Estudos de Literatura e Cultura Surda (VALLI, 1993; MOURÃO, 2016; SUTTONSPENCE E KANEKO, 2016; SUTTON-SPENCE, 2021, entre outros). Os resultados apontam para o entendimento de que a VV se caracteriza como forma de expressão artística de performance técnica de arte teatral, cuja relação com a Literatura em língua de sinais é revelada pela estética da recepção como variável, a depender da junção entre formação teórica e experiência de contato com o meio artístico (visual/teatral) da comunidade surda, o que também nos leva a concluir que é de suma importância para a compreensão dos fenômenos artístico-literários em língua de sinais a inclusão da VV como tema de formação profissional de professores e tradutores/intérpretes de língua de sinais no campo educativo, sobretudo em áreas como Literatura Surda, Literatura Língua de Sinais e Literatura em Libras, para as quais direcionamos nossos esforços na intenção de promover em tais setores um aprofundamento de estudos da VV pautada na Estética da Recepção e no olhar sempre atualizado para a produção artística performática em Língua de Sinais. |