Bonecas e vassouras: (vida e trabalho doméstico das adolescentes do campo na cidade).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1996
Autor(a) principal: MONTEIRO, Lucira Freire.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2286
Resumo: As relações de trabalho doméstico têm, nas últimas décadas, se caracterizado como tendencialmente propícias às atividades de crianças e adolescentes do sexo feminino, provenientes de famílias rurais pobres. Enquanto profissão protegida pelo Estado, em seu sistema de leis, o emprego doméstico tem conseguido grandes avanços. Paralelamente a isto, verifica-se que a figura da empregada jovem tem se tornado cada vez mais comum em lares de classe média e alta, e à margem da Lei sem qualquer formalidade nem fiscalização das autoridades. A ideologia da inferioridade do trabalho doméstico tem garantido a subordinação das trabalhadoras, favorecendo a que estas abominem a designação "empregada doméstica" para preferirem ser tratadas como "quase da família" ou "quase da casa", construindo disfarces que impliquem na garantia de um tratamento digno e respeitoso. Tal mascaramento, cujo objetivo seria o de melhorar as condições de vida e trabalho, tem por consequência o total desconhecimento legal e fiscalização estatal. Nesta atividade, ao mesmo tempo em que passam por um processo de ressocialização relativo ao aprendizado trazido da casa dos pais, adaptando-se à modernização e ao estilo de vida da classe média/alta urbana, essas meninas desenvolvem novos valores. A grande questão, no entanto, consiste no tipo de assistência que elas não recebem dos pais, dos patrões e do Estado, para o encaminhamento adequado à vida adulta e profissional.