Doenças infecciosas e parasitárias em suínos no Nordeste do Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: OLINDA, Roberio Gomes.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E SAÚDE ANIMAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25571
Resumo: Esta tese é composta de três capítulos sobre doenças infecciosas em suínos diagnosticadas no Laboratório de Patologia Animal, do Hospital Veterinário Universitário Prof. Dr. Ivon Macedo Tabosa, da Universidade Federal de Campina Grande, Patos, Paraíba. O primeiro capítulo descreve os achados clínico-patológicos, imuno-histoquímicos e a caracterização molecular em dois casos de toxoplasmose sistêmica em suínos no Brasil. Os sinais clínicos observados foram apatia e dispneia. Macroscopicamente, os pulmões estavam não colapsados, difusamente avermelhados e no parênquima foram observados múltiplos nódulos de necrose caseosa. Histologicamente, havia pneumonia broncointersticial, necrosante, difusa, acentuada e com numerosos taquizoítos de T. gondii intralesional. A imuno-histoquímica, realizada com anticorpo anti-T. gondii em tecido pulmonar revelou forte imunomarcação de taquizoítos livres e cistos. A nested PCR tendo como alvo um fragmento de 155pb do gene B1 de T. gondii foi positiva. Realizou-se a genotipagem por meio de PCR-RFLP e microssatélites, sendo caracterizado o genótipo não-arquétipo Chinese 1. O segundo capítulo descreve os achados epidemiológicos, clínico-patológicos e moleculares de surtos de infecção pelo vírus da varíola suína na região semiárida do Nordeste. Cinco surtos de varíola provocada pelo vírus da varíola suína (SWPV) ocorreram em rebanhos suínos de dois municípios do estado do Rio Grande do Norte (2008-2014). Os sinais clínicos iniciaram com pápulas cinzentas ou esbranquiçadas coalescentes e vesículas que geralmente evoluíram à lesões crostosas, e em alguns casos havia úlceras. Macroscopicamente, foram observados pápulas, pústulas avermelhadas, por vezes recobertas por crostas, afetando mais gravemente as orelhas, região periocular, abdômen e membros torácicos e pélvicos. Histologicamente, observou-se dermatite proliferativa e ulcerativa com degeneração balonosa das células do epitélio, com inclusões virais eosinofílicas no citoplasma de queratinócitos. Foi confirmado SWPV por sequenciamento e análise filogenética. O diagnóstico foi realizado com base nos achados epidemiológicos, clínico-patológicos e confirmado por exames moleculares. O terceiro relata os achados clínicos e patológicos da demodicose suína em um suíno no semiárido da Paraíba, Brasil. No exame clínico, observaram-se nódulos multifocais a coalescentes, firmes, associados a crostas e moderada alopecia. Quando manipulados, tais nódulos expeliam conteúdo semissólido de coloração amarelada, evidenciando secreção purulenta. As lesões concentravam-se na região lateral do tórax, do abdômen, em todos os membros, cabeça e orelhas. Foi realizada biópsia incisional e avaliação histopatológica. Macroscopicamente observou-se na superfície nódulos irregulares, com múltiplas crostas e descamação. Ao corte exibia superfície esbranquiçada com múltiplas áreas formando cavitações preenchidas com material amarelado. Histologicamente, havia dermatite granulomatosa a perivascular e foliculite associada ácaros morfologicamente compatíveis com o gênero Demodex. O diagnóstico de demodicose foi baseado nos achados macroscópicos e microscópicos associado ao exame parasitológico. As doenças diagnosticadas em suínos no LPA/HVU/UFCG ocorrem esporadicamente, entretanto causam perdas econômicas significativas na região, principalmente em criações de subsistência. Muitas patologias são de caráter infeccioso e o seu surgimento está relacionado diretamente a falhas de manejo nutricional e sanitário. Sugere-se que outros trabalhos sejam realizados, principalmente de forma mais abrangente, com o intuito de determinar as patologias que ocorrem em suínos nas diferentes regiões do Nordeste brasileiro, para que sejam sugeridas medidas básicas de controle e prevenção de infecções na suinocultura de subsistência, minimizando as perdas econômicas significativas para os pequenos produtores.