Ensino de escrita: a carta de reclamação além da sala de aula.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: MELO, Linaiara Santos Hermínio de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/27275
Resumo: Nesta pesquisa objetivamos descrever e analisar aspectos relacionados à metodologia utilizada para a aprendizagem da escrita e para o agenciamento dos sujeitosprodutores, baseada nos conceitos oriundos de dois campos: de um lado, as abordagens de gênero, de orientação sociorretórica (BAZERMAN, 2006; 2011 e MILLER, 2012) e interacionista sociodiscursiva (BRONCKART, 1999; 2008). Constitui-se uma pesquisa-ação, desenvolvida, junto a alunos do 2º ano Ensino Médio, de uma escola pública estadual de Campina Grande-PB. Considerando o caráter interdisciplinar da investigação e dos inúmeros aspectos imbricados no processo de ensino/aprendizagem da escrita, o referencial teórico está constituído também dos conceitos de aprendizagem contextualizada (CASTANHEIRA, 1991 ) e de motivação (TAPIA E FITA, 2003), vindos dos estudos de ensino-aprendizagem. O corpus para análise constituiu-se de cartas de reclamação de três sujeitos e suas respectivas respostas à entrevista semiestruturada, instrumento através do qual se obteve a visão dos sujeitos em relação à intervenção didática. Inicialmente, descrevemos a condição inicial da escrita dos alunos, em seguida, a intervenção didática implementada e, por fim, investigamos o desempenho dos alunos, em relação ao contexto pragmático da produção e a sua materialização, a partir do exame da organização retórica das cartas e do posicionamento enunciativo, representado pelas vozes e modalizações utilizadas pelos sujeitos. As análises revelam, com base nas respostas à entrevista, que os sujeitos produtores compreenderam a escrita como um modo de interagir e/ou intervir na sociedade através da linguagem, fazendo-os sentir-se agentes através da escrita. A organização retórica dos textos evidenciou a utilização de movimentos que garantiam a unidade textual, com o uso de argumentos consistentes, o que demonstrou a apropriação do propósito comunicativo do gênero. Outro aspecto relevante como sinalizador da aprendizagem da escrita foi o uso das vozes e modalizações presentes nos textos tanto dos alunos quanto da professora/pesquisadora nas atividades propostas, mostrando o lugar social representado pelo produtor e por seu interlocutor, no momento da escrita, confirmando a ampliação da capacidade de relacionar os aspectos linguísticos aos pragmáticos.