Hemoncose e reticulopericardite traumática em pequenos ruminantes no Semiárido, Nordeste do Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Aetefio Martins de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/36168
Resumo: Esta dissertação é composta por dois capítulos contendo artigos científicos sobre doenças em caprinos e ovinos. O primeiro capítulo descreve-se os principais achados epidemiológicos, clínicos e patológicos da hemoncose em pequenos ruminantes no semiárido do Nordeste do Brasil. Foram revisadas as fichas de necropsias realizadas em caprinos e ovinos entre janeiro de 2012 e dezembro de 2021 no Laboratório de Patologia Animal da Universidade Federal de Campina Grande. Além disso, em 2022, foram acompanhadas as necropsias realizadas nessas espécies. O conteúdo abomasal foi coletado, acondicionado em formol e submetido à contagem e identificação parasitológica. Durante o período de estudo foram necropsiados 410 caprinos e 319 ovinos, tendo sido observada infecção por Haemonchus contortus em 12% (50/410) dos caprinos e 15% (49/319) dos ovinos. Os caprinos infectados eram principalmente fêmeas (90%; 45/50), mestiços (76%; 38/50), com mais de 1 ano de idade (66%; 33/50) e criados em regime semi-extensivo (82%; 41/50). Os ovinos acometidos eram predominantemente fêmeas (55.1%; 27/49), mestiços (49%; 24/49), com mais de 1 ano de idade (67.3%; 33/49) e criados em regime semi-extensivo (73.5%; 36/49). Todos os animais eram provenientes de municípios da Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Os principais sinais clínicos em caprinos e ovinos incluíram anorexia 36% (18/50) e 24.5% (12/49), apatia 28% (14/50) e 30.6% (15/49), e emagrecimento 16% (8/50) e 16.3% (8/49), respectivamente. As alterações patológicas caracterizavam-se principalmente pela presença de espécimes de H. contortus no abomaso em 100% dos casos, palidez das mucosas e carcaça, e edemas subcutâneo e cavitários. A hemoncose permanece como uma importante doença parasitária para pequenos ruminantes na região do semiárido nordestino, ocasionando diminuição dos índices produtivos e morte, causando significativos problemas econômicos que comprometem a caprinovinocultura. O segundo capítulo descreve os principais aspectos epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos da reticulopericardite traumática em pequenos ruminantes no Nordeste do Brasil. De 2003 a 2022 foram necropsiados 1025 caprinos e 889 ovinos no Laboratório de Patologia Animal da Universidade Federal de Campina Grande, sendo diagnosticados dois (0,1%) casos de reticulopericardite traumática em pequenos ruminantes. Caso 1 era uma ovelha adulta, mestiça, criada em regime extensivo, que foi encontrada morta. Caso 2 era uma cabra mestiça, com 4 anos de idade, que apresentava anorexia e sinais neurológicos. Na necropsia de ambos os animais havia múltiplas aderências entre retículo, diafragma, pleura parietal e saco pericárdico. No coração, verificou-se deposição de fibrina no pericárdio, o qual apresentavase marcadamente espessado e continha exsudado fibrinossupurativo. Observou-se corpo estranho metálico e linear perfurando o saco pericárdico (caso 1), com consequente congestão passiva crônica, fígado em noz moscada e derrames cavitários; e transfixando o miocárdio esquerdo (caso 2), com subsequente endocardite séptica, sepse, abscessos multifocais e leptomeningite supurativa. A reticulopericardite traumática é uma condição rara em pequenos ruminantes, que costuma ser fatal e deve ser incluída como diagnóstico diferencial de doenças do sistema digestivo e cardiovascular.