O discurso sobre a língua no ENEM: estratégias de controle/regulagem da heterogeneidade.
Ano de defesa: | 2014 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/27243 |
Resumo: | O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) surge na década de 1990 em meio a um contexto de mudanças sócio-políticas que atribuem peso significativo à educação como instrumento de qualificação profissional. Para tanto, através do ENEM, objetivase avaliar alunos oriundos do ensino médio. Atualmente, além de possibilitar a certificação desse nível de ensino, o exame também é um instrumento de ingresso em muitas universidades. Ao considerar a sua abrangência, que mobiliza aproximadamente 6 milhões de participantes e, possivelmente, influencia a prática de muitos professores, nos propomos a compreender, à luz da Análise de Discurso de linha francesa: Que estratégias discursivas de controle/regulagem da língua e de sua heterogeneidade sustentam o funcionamento polêmico do discurso sobre a Língua Portuguesa no ENEM? Pressupondo que há uma relação tensa entre discursos constituindo o discurso do nosso corpus, estabelecemos como Objetivo Geral: Analisar como se constitui o discurso sobre a língua e sua heterogeneidade em questões de Língua Portuguesa do ENEM. Os objetivos específicos são: Identificar as discursividades teóricas que constituem o discurso das questões do ENEM sobre a língua e sua heterogeneidade; Reconhecer os efeitos de sentidos sobre a língua e sua heterogeneidade nos diferentes “espaços de significação” dessas questões; e Discutir como tais efeitos de sentidos sustentam uma política de controle/regulagem da língua e de sua heterogeneidade. Na tentativa de alcançar tais objetivos, tomamos como unidades de análise questões de Língua Portuguesa das edições de 2009 a 2013 do exame. Para consecução dos objetivos, recorremos, como dispositivo teóricometodológico, à Análise de Discurso. Essa opção deve-se ao fato de acreditarmos que as representações acerca da língua podem ser mais bem compreendidas se lançarmos mão de alguns postulados da perspectiva discursiva. Diante de um exame de avaliação do ensino médio de caráter nacional e que (re)produz imagens sobre a língua, nossa pesquisa se justifica diante da necessidade de compreender criticamente os processos de significação que constituem os discursos e suas filiações de sentido a partir da análise de discursividades sobre as relações entre heterogeneidade/homogeneidade linguística. Dentre as principais conclusões da investigação empreendida, constatamos que, ainda que pretendendo encerrar imagens heterogêneas da língua, o discurso sobre a língua nas provas do ENEM é tenso, conflituoso e perpassado por discursos que representam língua/heterogeneidade a partir de relações conflitantes calcadas em um jogo de/entre sentidos unitários/diferentes. Há, portanto, um atravessamento de sentidos no/para o funcionamento polêmico do discurso sobre a Língua Portuguesa no exame. |