A etnobotânica da Jurema preta e seus efeitos fitopsicológicos e espirituais dentro de um sistema agroindustrial.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SILVA, Byanca Eugênia Duarte.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar - CCTA
PÓS-GRADUAÇÃO EM SISTEMAS AGROINDUSTRIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/11549
Resumo: Na antiguidade, as práticas de cura referenciavam-se nas práticas religiosas. Nessa perspectiva a saúde sempre esteve diretamente ligada à espiritualidade. Com a Revolução Cartesiana e o desenvolvimento da medicina, houve uma ruptura no elo entre a saúde e religião. Se antes as práticas terapêuticas de cura consideravam os aspectos físicos, psíquicos, sociais e espirituais como uma unidade para tratamento, a cientificidade da medicina consolidasse como uma visão máxima sobre a saúde, renegando o aspecto de cura de cunho espiritual. A ciência explica praticamente todas as coisas, exceto aquelas de ordem espiritual. Recebendo contribuições de outros continentes, como a África, o Brasil adquiriu costumes e crenças religiosas antes desconhecidas. Dentre estas tradições destaca-se o candomblé, predominante até os dias atuais em praticamente todas as regiões do país. O Candomblé é uma religião que se constituiu no Brasil no século XIX e trouxe consigo práticas interventivas no processo de cura de doenças. Em seus trabalhos de cura, o candomblé, que é uma religião completamente centrada na natureza, utiliza de recursos botânicos para elaborar composições que auxiliam na cura e tratamento de doenças do corpo e do espirito. Em tudo, os candomblecistas usam recursos naturais, como água e folhas, até mesmo antes de qualquer ritual comum. Assim, a vegetação é para estes sujeitos, indispensável. Sem ela não há culto aos Orixás. Entre as muitas plantas utilizadas, destaca-se o uso da Jurema preta em compostos para cuidados da saúde do corpo, sendo dela aproveitadas folhas, cascas, flores e até a sua representação simbólica. A jurema também utilizada por outras tradições permite uma diversidade de uso muito considerável e, portanto, é de grande valia para os processos de cura nas religiões Afro-brasileiras, sobretudo, no Candomblé. Nesta perspectiva, o objetivo do presente trabalho foi compreender os efeitos fitopsicológicos e espirituais nas práticas de cura no candomblé através do uso da planta jurema preta. Tratando-se de uma pesquisa de campo de caráter exploratório explicativo e de abordagem quanti-quali, a pesquisa com 08 participantes candomblecistas elencou-se em 03 categorias: 01. Transcendente – (efeito alucinógeno) "Bebida mágica", “elo de comunicação com os ancestrais"; 02. Limpeza - "banho de descarrego" e 03. A Cura, quando questionado “Quais os efeitos fitopsicológicos e espirituais nas práticas de cura no candomblé através do uso da planta jurema preta?”. Retratando o poder sagrado da planta no uso dos rituais de cura no candomblé.