Xukuru-Kariri: migrações indígenas para trabalho em Alagoas e no Sudeste do país (1952-1990).
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/12883 |
Resumo: | Nesta dissertação, discutimos as dimensões do trabalho e os muitos atores envolvidos no cotidiano dos Xukuru-Kariri a partir de 1952, quando o Serviço de Proteção aos Índios (SPI) adquiriu uma faixa de terras em Palmeira dos Índios/AL, criou a Aldeia Fazenda Canto e instalou o Posto Indígena Irineu dos Santos para controlar a mão de obra dos aldeados e conter os deslocamentos para atividades sazonais. Contudo, apesar do reconhecimento oficial, os problemas sociais, as estiagens prolongadas, a falta de empregos e a concentração fundiária de fazendeiros invasores criaram uma arena favorável à procura de trabalho fora do território indígena, acentuada até a década de 1990 com a ampliação do parque industrial no Sudeste do Brasil. Quando a agricultura no Posto Irineu dos Santos não supria as necessidades básicas de sobrevivência, indígenas Xukuru-Kariri exerciam atividades como vaqueiros em fazendas nos derredores da cidade, migravam para trabalhos no Semiárido e na Zona da Mata de Alagoas e para diversas atividades urbanas e fabris no Sudeste do país. As explorações nos mundos do trabalho, com insalubres condições socioeconômicas, o fim das atividades sazonais e a esperança de melhores condições de vida, com as práticas agrícolas, favoreciam retornos aos locais de origem. As distintas situações históricas vivenciadas fortaleceram o sentimento de pertença aos territórios em Palmeira dos Índios e acirraram os conflitos com fazendeiros locais. Fundamentamos nossas discussões a partir das reflexões de autores como Edson Silva, João Pacheco de Oliveira, Marilda Aparecida de Menezes, E. P. Thompson, Carlo Ginzburg, Maurice Halbwachs e em análise documental nos acervos do Grupo de Pesquisas em História Indígena de Alagoas (GPHIAL), em Palmeira dos Índios; do Museu do Índio, no Rio de Janeiro; da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), no Recife; e em memórias orais, documentos pessoais, anotações e fotografias cedidas por indígenas. Buscamos discutir as variadas experiências dos Xukuru-Kariri nos mundos do trabalho, processos fundamentais para a consolidação de retomadas territoriais e exigência de direitos reconhecidos constitucionalmente. |