Com o cordel na mão: uma experiência de leitura com A Viuvinha de José de Alencar.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SANTOS, Roseana Palmeira dos.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/12303
Resumo: A presente pesquisa está voltada ao fomento da leitura dos clássicos da literatura na escola, através da adaptação em cordel. A proposta executada teve como objetivo verificar a recepção do romance A Viuvinha, de José de Alencar, e dos folhetos de cordel Os martírios de Jorge e Carolina, do poeta Manoel Pereira Sobrinho, e Jorge e Carolina, de Rouxinol do Rinaré, em uma turma de 9º ano de uma escola de Alagoa Grande PB. Foi possível caracterizar a relação texto leitor a partir dos estudos sobre a estética da recepção, seguindo os parâmetros de uma pesquisa exploratória, que possibilitou condições de investigar, de maneira reflexiva, os dados coletados através de instrumentos como gravações audiovisuais, para percepção e discussão em torno da recepção e expressões dos alunos no ato da leitura das obras. Assim, nossa atuação apresentou característica etnográfica, que requer a participação efetiva do pesquisador interagindo diretamente com os envolvidos na pesquisa, evidenciando mais o processo educacional e não somente o resultado final da pesquisa (OLIVEIRA, 2007). Para tanto, aplicamos uma experiência de leitura seguindo a sequência básica proposta por Cosson (2012), em um período de 10 aulas. Os resultados foram sistematizados em quadros comparativos e analisados sob a ótica das abordagens qualitativas, uma vez que nos concentramos em compreender alguns aspectos sobre os textos comumente trabalhados e a recepção de leitura do gênero literário ora utilizado (o cordel), associados à dinâmica da proposta de sequência básica para acentuar a formação leitora na escola. Essa experiência deixou claro o envolvimento dos alunos na prática da leitura, demonstrado pela recepção e interação com os textos, sobretudo, com os folhetos, que possibilitaram maior compreensão da história contada e identificação de si, uma vez que a linguagem propiciou maior aproximação entre leitor e texto. Percebemos, ainda, que a utilização de algumas práticas metodológicas e estratégias se tornaram instrumentos de compreensão do texto, pois foram repensadas e propostas de maneira mais dinâmica e lúdica, com vistas a deixar que o aluno imprimisse ali seu posicionamento acerca do lido. Nesse sentido, o prazer da leitura se fez notório no semblante e nas palavras de cada colaborador através das discussões e das atividades escritas sugeridas. Para nortear e fundamentar nossas ponderações, contamos com as contribuições reflexivas dentre outros autores, Marinho e Pinheiro (2012), que fazem abordagens em torno do cordel na sala de aula; Maria Ignez Novais Ayala (2003), Márcia Abreu (2004), que discorrem sobre a cultura popular e a literatura de cordel; Caldin (2002), Cosson (2012), Lajolo (1985), Candido (1995), que aludem sobre leitura e leitura literária; Robert Stam (2006) que disserta sobre o processo de adaptação; Adorno (2003) e Cohen (1974) sobre a construção poética e sobre a estética da recepção, nos apoiamos em Jauss (1994) e Iser (1999).