Situação epidemiológica da infecção pelo vírus da estomatite vesicular em bovinos no estado da Paraíba.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: BEZERRA, Camila de Sousa.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E SAÚDE ANIMAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25610
Resumo: Os objetivos destes trabalhos foram estimar as prevalências em nível de rebanho e nível animal, identificar agrupamentos espaciais em nível de rebanho e fatores de risco associados à prevalência de rebanhos positivos para estomatite vesicular em bovinos no Estado da Paraíba, Nordeste do Brasil, bem como realizar uma revisão de literatura acerca da situação da doença no Brasil. O Estado foi dividido em três grupos amostrais: estrato amostral 1 (mesorregião do Sertão), estrato amostral 2 (mesorregião da Borborema) e estrato amostral 3 (mesorregiões da Zona da Mata e Agreste). Para cada estrato amostral, as prevalências de rebanhos positivos e de animais soropositivos foram estimadas por amostragem em dois estágios. No primeiro estágio, um número preestabelecido de rebanhos (unidades primárias de amostragem) foi selecionado aleatoriamente; no segundo estágio, um número pré-estabelecido de vacas com idade ≥ 24 meses (unidades secundárias de amostragem) foi selecionado aleatoriamente. No total, 2.279 animais foram amostrados de 468 propriedades. O diagnóstico sorológico foi realizado com o teste de soroneutralização viral. Um rebanho foi considerado positivo se incluiu pelo menos um animal positivo em rebanhos de até 10 fêmeas, dois animais positivos em rebanhos com 11 a 99 fêmeas e 3 animais positivos nos rebanhos com 100 fêmeas ou mais. A prevalência de rebanhos positivos no Estado da Paraíba foi de 38.5% (95% CI = 35.5-41.6%), 80.6% (95% CI = 73.6-86.2%) no Sertão, 7.0% (95% CI = 3.9-12.2%) na Borborema, e 2.6% (95% CI = 1.0-6.7%) no Agreste/Zona da Mata. A prevalência de animais soropositivos foi de 26.2% (95% CI = 20.6-32.8%) no Estado da Paraíba, 48.2% (95% CI = 41.5-54.9%) no Sertão, 6.3% (95% CI = 2.7-14%) na Borborema, e 1.9% (95% CI = 0.4-8.4%) no Agreste/Zona da Mata. Os fatores de risco identificados foram os seguintes: produção mista (OR = 3,86), tamanho do rebanho > 23 animais (OR = 3,40), presença de cervídeos (OR = 8,54), aluguel de pastagens (OR = 2,60) e compartilhamento de fontes de água (OR = 2,36). Foram detectados dois agrupamentos significativos de rebanhos positivos nas mesorregiões do Sertão e da Borborema. Os resultados obtidos indicam alta circulação do VSV na população bovina do estado da Paraíba, semiárido do Brasil, principalmente na mesorregião do Sertão, na qual foram observadas as maiores prevalências de propriedades e animais, bem como foram identificados aglomerados de propriedades positivas. Com base na análise de fatores de risco, sugere-se o desencorajamento das práticas de aluguel de pastagens e do compartilhamento de fontes de água devido à possibilidade do contato do VSIV presente no ambiente contaminado com animais suscetíveis.