Caracterização epidemiológica da leptospirose em ovinos no Nordeste do Brasil.
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E SAÚDE ANIMAL UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25939 |
Resumo: | Essa Tese é composta por três Capítulos, no qual cada capítulo corresponde a um artigo científico. No Capítulo I foram determinados à soroprevalência, sorogrupos mais frequentes e os fatores associados à infecção por Leptospira sp. em rebanhos ovinos pertencentes a dois biomas do Nordeste brasileiro. A frequência de ovinos sororeatores (título ≥ 50) para Leptospira sp. foi de 23,3%. O estado de Alagoas apresentou maior frequência 31,7%, o Maranhão (13,3%) a menor. Os sorogrupos mais frequentes para o estado de Alagoas foram Autumnalis (54,2%) e Icterohaemorrhagiae (18,3%), enquanto para o Maranhão foram Pomona (37,2%) e Icterohaemorrhagiae (23,3%). Conclui-se que a leptospirose está presente em ovinos deslanados nos biomas Caatinga e Cerrado, com vários sorogrupos circulantes, que representa um risco para a saúde pública e um problema na produção animal. No Capítulo II foram determinados os fatores associados à soroprevalência da leptospirose em ovinos no Nordeste brasileiro. Em 76,3% dos rebanhos havia pelo menos um animal soropositivo para um dos sorogrupos de Leptospira sp. utilizados, e 14,94% dos animais eram soropositivos (IC 95% = 0,138 0,1618). O estado da Paraíba apresentou maior prevalência em nível de rebanho 95,7% e 26,6% em nível animal, seguido pelo Ceará 93,9% e 23,7%. Os fatores associados à soroprevalência obtidos foram idade adulto (razão de prevalência RP = 2,03; P < 0,001), ausência de esterqueira (RP = 2,14; P = 0,026), não recolher o rebanho ovino para abrigo (RP = 1,54; P = 0,021), alta mortalidade ao desmame (RP = 1,39; P = 0,013), fornecer água de poço aos animais (RP = 1,25; P = 0,034) e não fornecer água de cisterna aos animais (RP = 2,15; P = 0,002). Fatores associados à soropositividade demonstram a necessidade de implementação de medidas de controle e prevenção, visando reduzir a infecção por leptospira em ovinos, como a instalação de esterqueiras, objetivando diminuir a contaminação ambiental; recolher o rebanho para abrigo devidamente higienizado; fornecer água de melhor qualidade para os animais, a exemplo da água de cisternas e instalação de uma área para acompanhar os animais no puerpério, visando reduzir a mortalidade ao desmame. No Capítulo III foram determinadas soroprevalência e distribuição espacial dos sorogrupos mais frequentes para infecção por Leptospira sp. em rebanhos ovinos do Nordeste brasileiro. Das 4.197 amostras de soros sanguíneos de ovinos analisadas, 590 foram soropositivas (título ≥100) para Leptospira spp., resultando em uma frequência de 14,06% (IC95% = 0,1304 – 0,1514). Os estados de Alagoas, Ceará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, pertencentes ao bioma Caatinga, apresentaram maiores frequências de ovinos sororreagentes, o Maranhão apresentou menor. As maiores frequências de animais soropositivos foram obtidas nos municípios de União (50%), Passagem (49,06%), Canindé (48,89%), Igaci (28,95%), Gararu (31,2%), Pirapemas (17,5%) e Angicos (16%) localizados, nos estados do Piauí, Paraíba, Ceará, Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte, respectivamente. Os resultados deste estudo demonstram a amplitude e distribuição da infecção por Leptospira spp. em ovinos da região Nordeste do Brasil. A transmissão intraespécie parece ser a principal via de disseminação da doença em ovinos, embora outras espécies de animais domésticos e silvestres sejam importantes fontes de infecção. |