Bloqueio do plano transverso do abdome guiado por ultrassom em Medicina Veterinária: revisão de literatura e avaliação anatômica em felinos domésticos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: MONTEIRO, Nayanny Morais de Oliveira.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E SAÚDE ANIMAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25631
Resumo: Com a evolução da Medicina Veterinária, houve um aumento considerável no número de procedimentos cirúrgicos, e para sua realização, é importante que se utilizem métodos anestésicos seguros e eficazes. Os bloqueios locorregionais são técnicas anestésicas que proporcionam analgesia eficaz para uma grande variedade de procedimentos cirúrgicos, reduzindo o consumo de fármacos hipnóticos e analgésicos. A parede abdominal é uma das principais estruturas que sofrem de dor aguda pós-operatória em cirurgias de cavidade abdominal, podendo ser prevenida com o emprego dos bloqueios locorregionais. O bloqueio do plano transverso abdominal (TAP) ou “TAP Block” é uma técnica de anestesia regional onde realiza-se a deposição de anestésicos locais no plano fascial entre os músculos transverso abdominal e oblíquo interno, visando anestesiar fibras aferentes dos nervos torácicos caudais e lombares craniais que inervam a parede abdominal. Objetivou-se com este estudo revisar trabalhos anatômicos e clínicos realizados com a técnica do bloqueio do plano transverso do abdome na medicina veterinária, assim como, avaliar a técnica de TAP Block em felinos domésticos, utilizando o cloridrato de bupivacaína a 0,25% e azul de metileno, definindo a real distribuição da solução por um único ponto de infiltração, bilateralmente, e a eficácia potencial deste bloqueio para cirurgias abdominais de felinos in vivo. No estudo em felinos, foram utilizados 17 cadáveres, submetidos à técnica do TAP Block com cloridrato de bupivacaína a 0,25%, na dose de 0,75mL/kg, associado ao azul de metileno na proporção de 1:1. Realizou-se o bloqueio guiado por ultrassom com transdutor linear de 5-10MHz, em um único ponto, bilateralmente. Os cadáveres foram dissecados para análise das estruturas nervosas e musculares envolvidas com o bloqueio. A coloração adequada do nervo foi definida por, pelo menos, 1cm de corante que abrangesse o eixo longo do nervo. Foram visualizadas pelo ultrassom 34 paredes hemiabdominais de cadáveres felinos, cada hemiabdome foi infiltrado e avaliado individualmente. Em 58,82% dos lados infiltrados, o corante foi distribuído corretamente no plano fascial abdominal transverso, sendo que a difusão mais cranial da solução atingiu o nervo T13 em 15% dos casos, e a mais caudal corou o nervo L3 representando 35% dos casos. Os nervos L1 e L2 foram mais comumente envolvidos na dispersão da solução, com 85% e 95% de frequência, respectivamente. Nas demais infiltrações a solução corante não atingiu o plano desejado, sendo 11,77% infiltradas no peritônio e 29,41% no plano entre os músculos oblíquo externo e interno. Sob as condições utilizadas neste experimento, a taxa de sucesso do TAP Block bilateral, no mesmo cadáver, foi de 41,18%. A técnica empregada mostrou-se de difícil realização em felinos domésticos, principalmente com o transdutor de média resolução empregado. Além disso, a dispersão obtida caracterizou possíveis bloqueios anestésicos ineficientes para cirurgias abdominais. Estudos futuros devem avaliar diferentes volumes e concentrações, e riscos de toxicidade para a espécie felina, buscando padronizar a técnica do TAP Block.