Impactos das mudanças climáticas e do uso da terra na produção hidrelétrica na Amazônia Oriental.
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN PÓS-GRADUAÇÃO EM METEOROLOGIA UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25111 |
Resumo: | Em um mundo antropogênico da atualidade a natureza é vista cada vez mais como um recurso, a água e o solo são fortemente utilizados, moldados e rearranjados em benefício do desenvolvimento socioeconômico mundial. Porém, os impactos dessas alterações desenfreadas no meio ambiente podem contradizer seu benefício. Neste estudo o objetivo foi quantificar os impactos da mudança do uso e cobertura da terra (LULCC) e Mudanças Climáticas (MC) em alguns processos hidrológicos: vazão, escoamento superficial e evapotranspiração na Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia (BHTA). E ainda, investigar esses impactos na produção de energia hidrelétrica a partir da Usina Hidrelétrica de Tucuruí (UHT) na BHTA. Por fim, identificar se haverá implicações dessas mudanças no faturamento hidrelétrico. Para tanto, foi utilizado o modelo hidrológico Soil and Water Assessment Tool (SWAT), a partir do modelo calibrado e validado para a BHTA, foi construído quatro cenários isolados de LULCC e quarto cenários de mudanças climáticas mais um cenário acoplado de LULCC e MC para avaliar os impactos dessas atividades antrópicas na hidrologia, geração de energia e receitas monetárias. Para esse fim, foi utilizado dois Modelos de Circulação Geral (GCM), HadGEM2-ES e MIROC5 com forçamento radiativo moderado (+4,5 W/m2) e severo (+8,5 W/m2) a partir de emissões do dióxido de carbono na atmosfera (Representative Concentration Pathways). Para cenários de LULCC substituímos as áreas de florestas por pastagem, depois por agricultura, em seguida por vegetação de reflorestamento e, finalmente retorna a floresta. Os resultados indicaram que haverá um aumento de 36% na vazão da BHTA até a metade do século, em virtude de um aumento de 15% no escoamento superficial e redução de 3.5% na evapotranspiração, de acordo com os cenários isolados de LULCC. Porém o excedente de água não poderá ser convertido em energia pela UHT e haverá uma redução de até 65% na produção anual de energia. Para os cenários de MC e MC+LUCC, é esperado uma diminuição anual de 74% na vazão e sazonal de 98% durante o inverno, em comparação com baseline no cenário mais pessimista, ocasionando um déficit de 135% ao ano na receita da UHT para este cenário. O cenário com menor impacto na receita monetária arrecadaria US $ 8.4 milhões, enquanto estima-se a receita atual da UHT em US $ 3.1 bilhões. Por fim, concluímos que a longo prazo a MC podem ter impacto maior que as LULCC regional, sobre a hidrologia e produção de energia na BHTA, em virtude da redução na entrada de água no sistema, ou seja, a precipitação. |