Efeitos econômicos de cenários de mudança climática na agricultura brasileira: um exercício a partir de um modelo de equilíbrio geral computável

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Moraes, Gustavo Inácio de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-24052010-163008/
Resumo: A expectativa de alterações climáticas é especialmente importante para o setor agropecuário, uma vez que se trata de atividade que possui dependência dos ciclos naturais. O objetivo desta tese é avaliar impactos econômicos de cenários de mudança climática para a agricultura brasileira. Efeitos sobre áreas aptas de oito culturas (feijão, milho, soja, algodão, arroz, cana de açúcar, mandioca e café) são avaliados através de um modelo de equilíbrio geral computável, o The Enormous Regional Model for Brazil - TERM-BR, e cenários disponibilizados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, baseados no Painel Intergovernamental para a Mudança Climática - IPCC. Dois cenários são simulados com horizontes distintos, um para 2020 desconsiderando mudanças sociais e econômicas (2020/A2) e outro para 2070 com adaptações sociais e econômicas, nas projeções do IPCC (2070/B2). Para 2020/A2 os efeitos negativos concentram-se nas regiões Nordeste, conseqüência do clima semi-árido e perfil produtivo da região, além dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, resultado de impactos sobre a área apta para o produto soja. Em oposição, neste cenário, a região Sudeste beneficia-se, pois o produto cana de açúcar observa aumentos de rendimento sob aquecimento climático brando. O resultado líquido aponta para uma pequena redução da atividade econômica (PIB), elevação de preços de gêneros alimentícios e deslocamentos regionais da mão de obra, do Nordeste e Centro Oeste para as demais regiões. Para o segundo cenário, 2070/B2, novamente o Nordeste e o Centro Oeste são as regiões mais afetadas. Porém, os ganhos para a atividade econômica da região Sudeste são menores, uma vez que o efeito benéfico sobre a cana de açúcar desaparece em cenários mais severos de mudança climática. Como conseqüência, há um declínio nacional da atividade econômica superior ao cenário anterior. Naquilo que diz respeito ao mercado de trabalho permanecem as tendências de migração da mão de obra das regiões Nordeste e Centro Oeste para as demais regiões. Contudo, esta migração concentrase, proporcionalmente, nos estratos mais qualificados do mercado de trabalho. A mudança climática, na ausência de medidas de adaptação e mitigação mais intensas pode representar um risco para regiões historicamente subdesenvolvidas ou de desenvolvimento recente. Em especial, demonstra-se que os impactos econômicos no território brasileiro são heterogêneos entre as grandes regiões e os estados que o compõem.