Uso e aceitação/rejeição das gírias por professores do ensino básico.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: PATRIOTA, Luciene Maria.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2577
Resumo: Partindo da concepção de língua como interação, realizações conjuntas em contextos específicos e objetivos definidos, este estudo teve como objetivo analisar as concepções de língua e de gíria de professores do ensino básico, assim como verificar as atitudes advindas dessas concepções e a influência delas na metodologia dos professores. Para isto, este estudo apoiou-se em reflexões teóricas voltadas para a questão da interação em sala de aula (Koch, 2004; Erickson, 2001; Brait, 1995; Dettoni, 1995; Bakhtin, 1995; Delamont, 1987), da visão purista da língua, sua história e conseqüências para o ensino (Bortoni, 1995; Bagno, 2003, 2002, 2001, 1999; Leite, 1999) e dos estudos de gíria (Preti, 2004, 2000, 1998, 1996). Para a execução da pesquisa foram selecionados vinte professores do ensino fundamental II e médio de uma escola privada da cidade de Campina Grande - PB, de todas as disciplinas que compõem o currículo do ensino básico e para a coleta de dados optou-se pela entrevista semi-estruturada e observação das aulas desses professores como forma de se perceber a presença das gírias nas falas deles, em que momentos eram usadas, com que funções. Os resultados mostraram uma concepção purista de língua pelos professores, sendo a gíria concebida como um uso voltado para os jovens, feio, marginal, reflexo de falta de leitura e vocabulário. No entanto, apesar de apresentarem uma visão purista da língua, os professores fizeram uso das gírias em sala de aula para os mais variados fins: aproximarem-se dos alunos, disciplinálos e para facilitar a sua aprendizagem. Porém, apesar desses usos observados, permaneceu no universo dos professores o trabalho metodológico com as gírias no sentido de sua eliminação, estabelendo, com isso, um conflito entre as concepções e os usos efetivos da língua pelos professores, estimulando a manutenção da gíria no seu lugar de marginalidade e exclusão e reforçando a visão purista de língua dos professores.*