As vinte e uma faces de Exu na Filosofia Afrodescendente da Educação: Imagens, discursos e narrativas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Soares, Emanoel Luís Roque
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: http://www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/3198
Resumo: O trabalho tem como objetivo examinar os múltiplos conceitos existentes para Exu, dentre os quais a inversão, observada na maneira deste orixá ensinar às avessas, no mito de como ele ensina a Oxum a jogar búzios para ver o futuro, ou do princípio do caos exuriano – no qual é preciso um grande estado de confusão inicial para que o esclarecimento aconteça. Enfoca também a matrifocalidade presente na obra de Ruth Lands: “A cidade das mulheres”, a qual mostra esta inversão exuriana de valores numa cidade machista em que as mulheres mães-de-santo são as poderosas. Serão vistos os diversos conceitos que Exu ganhou após sua chegada ao Brasil, além do dialogismo do orixá da comunicação, o interlocutor de todos os outros. Os mitos africanos serão analisados, pois o mito é base da cultura de um povo e está no início da sua formação, dando sentido à sua existência. Através da investigação desses pontos analisar-se-á a natureza polilógica e polifônica de Exu, que é o próprio movimento em si, pois ele é a força dinâmica que move a tudo e a todos – como bem destaca Joana Elbein dos Santos. Os métodos utilizados são os fenomenológicos que servirão para que se tenha uma visão sem prejuízos sobre o orixá no convívio com “o povo de Santo”, por meio da escuta e de entrevistas, juntamente com o método genealógico, serão analisados vários estudos escritos por antropólogos e historiadores, os quais estão misturados, rasurados e mal redigidos – muitos deles feitos com intenções de poder, já que os primeiros estudiosos estavam diretamente ligados ao cristianismo. Assim, de olhos e ouvidos bem abertos, como um vigia, pois é espreitando – como diria Foucault –, como numa caçada ou investigação policial, buscando a melhor forma de entender a regra do jogo histórico, onde menos se espera é que talvez apareça aquilo que não é possuído pela história. A intenção é mostrar que em Exu existe um princípio pedagógico e dialógico gerador de conceitos e por ter vários conceitos – e porque continua gerando-os em constante mudança uma vez que essa multiplicidade de conceitos e devir são características da filosofia segundo Gilles Deleuze –, mostra que Exu pode ser assim como Apolo e Dionísio que são para George Colli, o princípio de uma filosofia, desta feita não a grega, mas a filosofia da educação afrodescendente.