Móbeis, sentidos e saberes: o professor da educação infantil e sua relação com o saber

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Dieb, Messias Holanda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: http://www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/3644
Resumo: Esta pesquisa buscou compreender como se caracteriza a relação com o saber do professor da educação infantil (EI) na escola pública. Para isso, tomou por base as experiências profissionais e os processos que perpassam o desenvolvimento de sua função docente. Como fundamentação para o alcance de tal objetivo foi utilizado o conceito teórico de Bernard Charlot (2000) sobre a relação com o saber, formulado a partir de reflexões acerca dos processos de aprendizagem compreendidos como experiências cujo êxito ou fracasso está condicionado ao significado pessoal que os aprendizes lhes atribuem. Assim, as noções de atividade, mobilização, saber e sentido foram essenciais para pensar a construção do sujeito professor da EI e sua relação com o saber. O corpus analisado resulta de uma pesquisa qualitativa, de cunho etnográfico, constituído a partir de dois instrumentos metodológicos: balanço do saber e entrevistas semi-estruturadas, ambos trabalhados com nove professoras da EI, na rede pública da cidade de Assú - RN. A análise, realizada sob os auspícios de uma perspectiva sócio-histórica, centrou-se nas experiências significativas para o professor e nos processos que o mobilizam à aprendizagem de sua função, especialmente aqueles em que o professor faz uso de si para a construção dos saberes que são utilizados em sua prática pedagógica. Os dados revelaram que a relação com o saber do professor da EI tem sido fragilizada em duas dimensões: epistêmica e identitária. Não obstante isso, a dimensão social dessa relação e uma “leitura em positivo” da experiência profissional do professor na EI permite perceber que ele busca descobrir seus próprios caminhos para o saber e o prazer, contradizendo as forças sociais que o cercam. Assim sendo, o professor não vê na função que exerce apenas uma oportunidade de melhorar suas condições de vida, mas também de contribuir com a formação ético-moral e intelectual da criança. Para isso, é-lhe exigida a construção de saberes profissionais cuja aprendizagem se deve mais às exigências cotidianas da atividade prática e às relações nela construída do que aos momentos de formalização e sistematização dessa prática. Com base nessa construção, é possível ainda inferir quatro tendências dominantes na relação do professor com a específica atividade de cuidar e educar. A primeira dessas tendências sinaliza que a função de cuidar e educar é compreendida pela maioria dos professores como algo que depende fundamentalmente de sua aproximação com a criança, expressa pela afetividade entre ambos. Uma segunda tendência, por sua vez, mostra que o cuidar e educar implica um esforço e uma postura ativa do professor para a instrução escolar da criança. Além dessas, as outras duas tendências sinalizam para uma aprendizagem que promova a transformação tanto da vida das crianças como do professor e, sobretudo, para uma experimentação constante em sua prática na busca de amenizar as incertezas e dificuldades das situações difíceis e imprevistas da sala de aula.