Do canto das sereias à Rua dos Douradores: os espaços da escrita no Livro do desassossego e em Água viva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Oliveira, Ângelo Bruno Lucas de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: www.teses.ufc.br
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/9547
Resumo: Neste estudo nos detemos sobre dois representativos livros da literatura do século XX: o Livro do desassossego, de Fernando Pessoa, e Água viva, de Clarice Lispector. Apoiados, sobretudo, no pensamento de Maurice Blanchot, buscamos, através do método de pesquisa teórico-bibliográfico, compreender a natureza de ambas as obras, visto elas, marcadas pela incompletude e pelo fragmentário, muito se aproximarem do pensamento desse teórico sobre a literatura. Partindo da descrição blanchotiana do encontro de Ulisses com as sereias, buscamos delinear os principais conceitos do pensamento de Blanchot para, em seguida, aplicá-los na análise das obras. Tais conceitos manifestam-se na análise sobre o Livro do desassossego sob a imagem do quarto e do escritório, espaços que se opõem na construção da escrita. É o mesmo que ocorre em Água viva, sob a forma da alegria e do medo, que, do mesmo modo, premem a narradora e exigem dela uma escrita paradoxal. Essa escrita paradoxal é o foco da última parte do trabalho, que analisa suas características, advindas do jogo de opostos descrito nos capítulos anteriores. O fundamento teórico da pesquisa provém de teóricos como Blanchot (1997, 2005, 2007, 2010, 2011), Barthes (2004, 2007, 2010), Deleuze (2011) e Heidegger (2008), que contribuem com uma análise geral da literatura e da arte. A suas ideias unimos o estudo de pesquisadores que se detêm de maneira específica sobre a obra dos escritores analisados, como Cintra (2005), Gil (1996, 2009), Helena (2010) e Nunes (1995, 2009).