Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Filizola Neto, Júlio |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
http://www.teses.ufc.br
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/3137
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Resumo: |
Este estudo trata do itinerário da vida e do pensamento do filósofo Raimundo de Farias Brito, problematizando o seu significado na história das idéias filosóficas. Considera que nenhuma biografia pode ser considerada completa, mas que o indivíduo consegue singularizar-se na imbricada teia de relações sociais. Segue a trilha da vida de nosso personagem, que começa como retirante de São Benedito (Ce), onde nasceu em 1862; e termina no Rio de Janeiro, em 1917. Identifica aspectos da vida cultural de Fortaleza, das instituições escolares e do debate das idéias que marcaram a história da cultura brasileira entre o final do século XIX e início do século XX, além de alguns embates políticos ocorridos entre o ocaso do Império e a construção da República no Ceará. Demonstra que na crítica às idéias cientificistas, que caracterizaram o positivismo, o evolucionismo e o monismo, ao lado do criticismo de Kant e do pessimismo de Schopenhauer, Farias Brito busca sua própria filosofia como atividade permanente do espírito humano para a realização de um ideal ético, numa tentativa de síntese que restabeleça a validade do pensamento metafísico num diálogo aberto, sem preconceitos, com a ciência, a arte e a religião, na pretensão de promover a renovação espiritual e moral da humanidade. Evidencia que, vivendo numa época resistente às idéias metafísicas autônomas diante da ciência e da tradição religiosa, o pensador cearense persiste em sua temática, com rara fidelidade à filosofia e ao magistério; na sua cruzada intelectual, além da publicação dos livros Finalidade do Mundo (3 vols.), A Verdade como Regra das Ações, A Base Física do Espírito, e O Mundo Interior, deixa de lado atividades promissoras, do ponto de vista prático, como a promotoria e a advocacia, para dedicar-se ao ensino. Teve ainda presença marcante nos meios literários cearenses; não conseguiu ser aceito na Academia Brasileira de Letras, mesmo com a obra filosófica de “maior fôlego publicada entre nós”, no dizer de Sílvio Romero, fato que parece tê-lo abalado. Estabelece que o seu legado de pensador foi artificialmente colocado dentro de uma disputa ideológica entre tradicionalistas e progressistas, na primeira metade do século XX, sendo levado também para o campo educacional. Situa a comemoração do seu centenário de nascimento, com a realização do IV Congresso Nacional de Filosofia, em Fortaleza, como um marco para a emergência de várias iniciativas de estudos que buscam identificar o valor filosófico de sua obra e a importância que tem para a filosofia brasileira e para a história da cultura nacional |