Sem a bênção do pai: um estudo sobre a relação pai-filho nos romances O Filho Eterno, de Cristóvão Tezza, Galileia, de Ronaldo Correia de Brito, e Ribamar, de José Castello

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Dantas, João Francisco de Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/60946
Resumo: Este trabalho estuda os romances O Filho Eterno, de Cristovão Tezza, Galileia, de Ronaldo Correa de Brito e Ribamar, de José Castello, sob a perspectiva das relações afetivas entre pai e filho, com o objetivo de compreender sob que matizes emocionais essas relações se estabelecem e observar quais as consequências para as personagens nelas envolvidas. Para atingir esse objetivo, o trajeto teórico se inicia com a pesquisa da professora Regina Dalcastagnè sobre as personagens da literatura brasileira contemporânea e a sua constatação de que as personagens masculinas são predominantes, enquanto protagonistas, no espaço literário. Em seguida, realiza-se um pequeno percurso histórico, baseado na trilogia História da virilidade, organizada por Courbin, Courtine e Vigarello (2013), sobre a masculinidade, que demonstra como a virilidade é a sua característica mais predominante. Em seguida, apresentam-se as estratégias da masculinidade, agora denominada patriarcado, para a manutenção do seu status de poder. Para isso, utilizamo-nos dos estudos de Pierre Bourdieu (2010), Judith Butler (2008) e Paul Ricoeur (2005). O trabalho encerra-se com a análise comparativa dos romances, na qual apresentamos os resultados encontrados. Chega-se à conclusão de que os relacionamentos afetivos entre pai e filhos são minados internamente, nas psiques das personagens, devido a pais, principalmente esses, e filhos estarem submetidos à necessidade de comprovarem sua masculinidade a qualquer custo. Assim, com a capacidade afetiva atrofiada, resta aos próprios sujeitos solucionarem suas questões: os pais, permitindo-se a prática afetiva com filhos que não correspondem aos seus desejos; e os filhos, compreendendo que a falta de afetividade dos pais não é culpa sua. Finaliza-se a análise apontando os caminhos encontrados por cada personagem para lidar com esse impacto afetivo.