O “espírito da prosa” em O filho eterno: a composição do romance de Cristovão Tezza
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16651 |
Resumo: | Esta dissertação aborda o romance O filho eterno (2007), de Cristovão Tezza, a partir da perspectiva da profusão de escritas de si na literatura brasileira contemporânea, escritas essas caracterizadas pela hibridização dos discursos autobiográfico e ficcional. Nesse contexto, a discussão se desenvolve entre a autobiografia, o romance e a autoficção, este último um neologismo criado por Serge Doubrovsky em 1977, com referência ao seu romance Fils, e que já sofreu muitas modificações quanto ao seu significado, ainda se discutindo se se trata, ou não, de um gênero específico. Assim, a proposta inicial é pensar a ficção hoje no que tange às formas híbridas e à chamada autoficção, para que tal abordagem possa enriquecer a leitura crítica do romance O filho eterno. Uma vez que, em 2012, Cristovão Tezza publicou o livro O espírito da prosa: uma autobiografia literária, em que expõe e discute a sua formação como escritor, esta obra também é considerada na presente dissertação, já que nos possibilita a identificação de algumas das estratégias de (auto)rrepresentação do autor, em sua trajetória pessoal e literária, no romance O filho eterno, o qual coloca em cena o personagem-escritor, presença tão marcante na prosa brasileira contemporânea. Visando à maior compreensão desse personagem, abordamos alguns dos recursos utilizados para a composição do mesmo, como a narração em terceira pessoa, a mistura de planos temporais e as (auto)caracterizações por meio de figuras emblemáticas da literatura e cultura ocidental. Não desejamos aqui contrariar a indicação do autor (como se mostra na ficha catalográfica do livro) sobre o gênero da obra – romance brasileiro –, mas sim investigar os modos como os dados “autobiográficos” são ficcionalizados em O filho eterno, narrativa híbrida que congrega elementos biográficos e ficcionais em torno da experiência de um pai e seu filho com síndrome de Down – experiência vivida pelo autor empírico, o qual, apesar de apresentar fatos biográficos, opta pelo “romance”, deixando índices mesclados de autobiografia e ficção, impossibilitando a delimitação de gênero e despertando nos leitores/pesquisadores o interesse pelos jogos de identidade/desidentificação autoral e pelos modos de ficcionalização do eu na ficção brasileira contemporânea |