Impacto da terapia antirretroviral na funcionalidade, qualidade de vida e incapacidades em pacientes com HIV

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lédo, Ana Paula de Oliveira
Orientador(a): Brites, Carlos
Banca de defesa: Brites, Carlos Roberto, Kusterer, Liliane Elze Lins, Rebouças, Monalisa
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Medicina da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Pós Graduação em Medicina e Saúde
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30577
Resumo: Impacto da Terapia Antirretroviral na Funcionalidade, Qualidade de vida e Incapacidades em Pacientes com HIV Introdução: O surgimento da terapia antirretroviral (TARV) eficaz, transformou o perfil evolutivo da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana adquirida (HIV) em uma doença crônica. Apesar de suprimir a replicação do HIV, a TARV pode provocar efeitos colaterais que afetam o desempenho nas atividades de vida diária e, consequentemente, na qualidade de vida de indivíduos HIV positivo. Objetivos: Avaliar o efeito da terapia antirretroviral na funcionalidade, qualidade de vida relacionada à saúde e incapacidades em pacientes infectados pelo HIV no período de 1 ano de tratamento. Métodos: Estudo analítico de caráter temporal, longitudinal e prospectivo, realizado no período de maio de 2016 a julho de 2018. Foram coletados dados sobre características clínicas e sociodemográficas de 104 pacientes infectados pelo HIV antes do início da TARV e de 91 pacientes após um ano do tratamento. Foram incluídos pacientes de ambos os sexos infectados pelo HIV, com idade ≥ 18 anos, assintomáticos, com capacidade de entender e executar comandos externos simples, com deambulação sem auxílio externo, com quadro hemodinâmico estável e sem alteração cardiorrespiratória que pudesse limitar a realização dos testes. Foi realizado análise da força muscular através da dinamometria de força preênsil, avaliação da função respiratória através do espirômetro digital e avaliação do desempenho físico através do teste de caminhada de 6 minutos. Para avaliação da qualidade de vida, foram utilizados os questionários 36-Item Short Form Health Survey (SF-36) e o HIV/AIDS-Targeted Quality of Life (HAT-QoL). A avaliação de Incapacidades foi através do questionário de Saúde e de Deficiências WHODAS 2.0. O nível de significância estatística empregado foi p≤0,05. Resultados: Após um ano de tratamento, a amostra final foi de 91 indivíduos, com média de idade de 35,3±10,74. A maioria do sexo masculino (78%), sem relação estável (80,2%) e sem comorbidades (73,6%). Quarenta e um indivíduos (45%) recebiam menos de um salário mínimo e 60 (57,7%) moravam com a família. De toda população estudada, 12 indivíduos (11,5%) apresentaram dinapenia, sendo que 7 (9,7%) eram do sexo masculino. Após 01 ano de TARV, houve melhora no desempenho físico, porém com valores ainda abaixo do esperado (p=0,017), assim como da função respiratória (p=0,330). A maioria dos domínios do SF-36 foram maiores, particularmente capacidade funcional (p=0,0001), estado geral de saúde (p=0,0001), aspectos sociais (p=0,0001) e saúde mental (p=0,001), assim como o componente de saúde mental (p=0.004). Os domínios do HAT-QoL foram significantemente maiores na função geral (p=0,0001), satisfação com a vida (p=0,0001), confiança no profissional (p=0,001) e função sexual (p=0,0001). Sobre as limitações medidas pelo WHODAS 2.0, foi identificado melhora de incapacidades, com mudança significativa entre a baseline (21,87 ± 26,4) e após um ano de tratamento (10,84 ± 15,47), (p=0,0001). Conclusão: A terapia com antirretrovirais melhorou a funcionalidade e a QVRS de pacientes infectados pelo HIV e reduziu o nível de incapacidades, após um ano de uso. Os instrumentos HAT-QoL e SF-36 são boas ferramentas para avaliar a QVRS de pacientes HIV positivo. A adesão correta a medicação, associada a mudança no estilo de vida, pode melhorar a resposta ao tratamento.