Letramento em Saúde e adesão à terapia antirretroviral de adultos que vivem com HIV/aids

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SANTOS, Raquel Dias da Silva
Orientador(a): GUEDES, Tatiane Gomes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Enfermagem
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48880
Resumo: O Letramento em Saúde representa o conhecimento e as competências pessoais acumuladas com o passar das gerações, por meio de atividades diárias e interações sociais. Mediante habilidades cognitivas e de letramento é possível analisar criticamente informações, possibilitando ao indivíduo utilizá-las de modo a exercer maior domínio sobre eventos de sua vida e circunstância de saúde. Indivíduos com baixo nível de Letramento em Saúde podem ter dificuldades de compreender orientações da equipe de saúde, o que pode resultar na não adesão de medicamentos e na adoção de comportamentos de risco como relações sexuais desprotegidas e dificuldades em gerenciar o autocuidado. O estudo teve como objetivo analisar a associação da adesão à Terapia Antirretroviral com o Letramento em Saúde de adultos que vivem com HIV/aids. Tratou-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa, realizado em um Serviço Ambulatorial Especializado em HIV/aids de um hospital universitário, localizado no município de Recife - Pernambuco. A amostra foi composta por 69 indivíduos que vivem com HIV/aids vinculados ao referido serviço. Os dados foram coletados a partir de entrevistas, realizadas no período de junho a outubro de 2021, por meio de questionário sociodemográfico emocional, Short Test of Functional Health Literacy e Cuestionario para la Evaluación de la Adhesión al Tratamiento Antirretroviral, ambos com versões traduzidas e adaptadas ao Brasil. Os dados obtidos foram organizados no Epi Info versão 3.5.4, exportados e analisados no Programa IBM SPSS versão 21.0. Realizou-se análise descritiva para a caracterização dos participantes, em seguida análise inferencial para verificar fatores que influenciam a adesão à TARV. Os resultados evidenciaram o Nível de Letramento em Saúde adequado (63,8%), entretanto com adesão à TARV insuficiente (76,8%) e carga viral indetectável (83,9%). A população estudada foi composta predominantemente por homens (77,9%), pardos/amarelos (54,4%), homossexuais (47%), solteiros (63,2%), na faixa etária entre 50-59 anos (33%) número de anos de estudo entre 10 – 12 anos (26,1%), com renda pessoal de até 1 salário mínimo (34,5%) e tempo de tratamento >10 anos (44,4%). A baixa adesão à TARV apresentou relação com a percepção do indivíduo em avaliar sua saúde. Ações educativas são importantes ferramentas para tornar acessível informações necessárias para o viver com HIV/Aids. Entretanto, não deve limitar-se apenas a ações com o objetivo educativo e sim, explorar estratégias para ampliar o letramento em saúde, viabilizando que o indivíduo receba e analise criticamente informações para ampliar a capacidade de realizar boas escolhas, comportamentos e ações para sua saúde, repercutindo no aumento dos Índices de adesão à TARV, gerenciamento do Autocuidado e Autoeficácia. Embora não tenha sido encontrada associação entre LS e adesão a TARV e muito que pensemos no processo de Educação em Saúde para melhora das condições de LS e consequentemente na melhora da adesão. Os resultados obtidos nesse estudo instigaram reflexões no processo de trabalho do enfermeiro, no qual ações de Educação em Saúde podem contribuir para aumentar adesão à TARV por meio de intervenções em caráter coletivo, ampliando a participação e engajamento de indivíduos que vivem com HIV/aids.