Resposta imune celular de portadores de hepatite C antes e na 12ª semana de tratamento com interferon - alfa e ribavirina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Oliveira, Isabela Silva de
Orientador(a): Atta, Maria Luiza Brito de Sousa
Banca de defesa: Alves, Carlos Roberto Brites, Bacellar, Maria Olívia Amado Ramos, Figueiredo, Camila Alexandrina Viana, Bessa, Theolis Costa Barbosa
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Instituto de Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Imunologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22200
Resumo: A hepatite C crônica (HCC) é um problema de saúde mundial, sendo uma das principais causas de transplantes de fígado. A maioria dos indivíduos infectados desenvolve a infecção crônica. Muitos trabalhos têm relatado a ocorrência de desregulação na resposta imune durante a infecção pelo HCV, o que implica na persistência viral. Alguns mecanismos de escape foram sugeridos, como: mascaramento de epítopos, interferência viral nas vias de sinalização de IFN e da resposta imune inata, exaustão e anergia de células T, supressão de resposta imune por ação das células T regulatórias ou ação de citocinas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta imune celular em portadores de hepatite C crônica antes e na 12ª semana de tratamento com interferon-α mais ribavirina. Este trabalho foi dividido em dois artigos. No primeiro artigo foi investigada a frequência de subpopulações de linfócitos no sangue periférico de portadores de HCC não tratados e após 12 semanas de tratamento antiviral com IFN-α e ribavirina. Uma elevada frequência de células B e frequências baixas de células T CD8+ e células NK foram encontrados nos indivíduos não tratados, mas não houve alteração nas frequências de células T CD4+ e células Tregs. Porém, portadores de HCC que tiveram positividade para crioglobulinas possuíam baixa frequência de células Treg CD4+CD25+FoxP3+ em comparação aos pacientes sem essas manifestações extra-hepáticas. Não houve diferença na frequência das subpopulações de linfócitos entre os portadores de HCC antes e na 12ª semana do tratamento duplo, mas houve aumento da frequência de células NK em pacientes com resposta virológica precoce. No segundo trabalho foi avaliada a produção das citocinas imunorregulatórias (IL-10 e TGF-β) e as relacionadas à resposta antiviral (IL-2 e IFN-γ) por células mononucleares do sangue periférico (CMSP) de portadores de HCC estimuladas com fitohemaglutinina e antígenos do HCV (core, NS3, NS4 e NS5), antes e na 12ª semana de tratamento antiviral com interferon e ribavirina. Foi demonstrado que o estímulo das CMSP desses pacientes com antígeno HCV-core causou um aumento na produção de IL-2, redução na produção de IFN-γ e produção aumentada de IL-10. Antígenos HCV-NS3 e HCV-NS5 estimularam apenas a produção de IL-10. Os antígenos do HCV não estimularam a produção de TGF-β pelas CMSP, e houve uma relação entre os níveis desta citocina e a carga viral do HCV dos pacientes antes do tratamento. Conclui-se que a resposta imune nos portadores de HCC está alterada, demonstrado pela diminuição na frequência de células CD8+ e NK, e pela aumentada produção de IL-10, baixa produção de IL-2 e IFN-γ provocada pelos antígenos virais.