Introdução de alimentos ultraprocessados e fatores associados em lactentes residentes no município de Vitória da Conquista-Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Porto, Jessica Prates
Orientador(a): Rocha, Daniela da Silva
Banca de defesa: Bezerra, Vanessa Moraes, Silva, Danielle Goes da
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia. Instituto Multidisciplinar em Saúde
Programa de Pós-Graduação: Programação de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PPGSC-IMS)
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33900
Resumo: A presente dissertação teve por objetivo identificar a prevalência e os fatores associados a introdução de alimentos ultraprocessados (AUP) no primeiro ano de vida de crianças residentes em Vitória da Conquista da Bahia. Trata-se de um estudo transversal aninhado a uma coorte prospectiva intitulada “Acompanhamento das práticas de aleitamento materno e alimentação complementar em crianças menores de um ano residentes no município de Vitória da Conquista- Bahia”, realizada no período de fevereiro de 2017 a outubro de 2018 com mães e bebês. A coleta de dados ocorreu inicialmente nas maternidades e, posteriormente, aos 30 dias, 6 meses e 12 meses de vida das crianças por meio de visitas domiciliares com aplicação de questionários. Para o artigo 1 utilizou-se informações socioeconômicas, maternas, paternas e gestacionais coletadas na entrevista da maternidade; uso de chá da entrevista dos 30 dias de vida e; informações maternas, alimentação da criança e uso de chupeta e mamadeira da entrevista dos 6 meses de vida. Para o artigo 2 utilizou-se informações socioeconômicas, demográficas, maternas, paternas, gestacionais e sobre aleitamento materno na primeira hora de vida; da entrevista dos 6 meses de vida incluiu-se tempo de aleitamento materno exclusivo e; aos 12 meses, informações maternas e sobre a criança, incluindo consumo alimentar, aleitamento materno e frequentar creche ou escola. Foram realizadas análises descritivas por meio das frequências absoluta (n) e relativas (%). As diferenças entre as proporções foram avaliadas pelos testes Qui-quadrado de Pearson e exato de Fisher. As análises dos fatores associados à introdução de alimentos ultraprocessados em crianças menores de 6 meses e, da associação entre o tempo e aleitamento materno exclusivo e a introdução de alimentos ultraprocessados no primeiro ano de vida foram realizadas por meio de regressão de Poisson com variância robusta, estimando-se as razões de prevalência(RP) bruta e ajustada e os respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). Os resultados e a discussão estão apresentados em dois artigos. No primeiro artigo a prevalência de introdução de AUP antes dos 6 meses foi de 31,3% e os fatores que se associaram a introdução de AUP foram: a renda familiar ≤ 1 salário mínimo, a mãe possuir ≤ 8 anos de estudos, a idade materna < 20 anos, a idade paterna < 20 anos, a criança ter recebido leite de vaca antes dos 6 meses de vida e ter recebido chá antes dos 30 dias de vida. No segundo artigo o aleitamento materno exclusivo por menos de 120 dias de vida aumentou em 1,37 a prevalência de introdução de 4 ou mais alimentos ultraprocessados quando comparado ao aleitamento materno exclusivo por 180 dias ou mais. A partir dos resultados pode-se concluir que a prevalência de introdução de alimentos ultraprocessados antes dos 6 meses de vida é elevada e que a família possuir menor renda, mãe com menor grau de instrução, pais mais jovens e oferta de chá e leite de vaca aumentam a prevalência de introdução de alimentos ultraprocessados antes dos 6 meses. Além disso, o aleitamento materno exclusivo por menos de 4 meses aumenta a prevalência de introdução de alimentos ultraprocessados no primeiro ano de vida. Sendo assim, é importante que o planejamento e a implementação de ações e estratégias de promoção da saúde baseadas em documentos oficiais sejam pautados nas necessidades de saúde de cada população para garantir que todas as crianças tenham acesso a uma alimentação adequada e de qualidade. Para além de informações adequadas prestadas pelos profissionais de saúde a pais e cuidadores, a maneira como ocorre essa comunicação, também, é importante fator para o sucesso da alimentação infantil.