Sexualidade de mulheres de diferentes gerações após o diagnóstico de HIV

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Suto, Cleuma Sueli Santos
Orientador(a): Coelho, Edméia de Almeida Cardoso
Banca de defesa: Coelho, Edméia de Almeida Cardoso, Marques, Sérgio Corrêa, Silva, Dejeane de Oliveira, Almeida, Mariza Silva, Rodrigues, Andreia Silva, Oliveira, Jeane Freitas de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Enfermagem
Programa de Pós-Graduação: Enfermagem e Saúde
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
HIV
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32848
Resumo: Esta pesquisa aborda a sexualidade de mulheres de diferentes gerações após o diagnóstico de HIV, compreendendo que a sexualidade está assentada em experiência e representações culturais disponíveis e complexas. Foram traçados como objetivos: apreender as representações sociais, em diferentes gerações de mulheres, sobre a sexualidade após o diagnóstico de HIV; e, analisar as representações sociais sobre sexualidade segundo mulheres com diagnóstico de HIV considerando características geracionais. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com abordagem multimétodos e enfoque metodológico na Teoria das Representações Socais, desenvolvida em serviço de atenção especializada em Feira de Santana-BA, tendo como critérios de inclusão mulheres com idade igual/acima de 18 anos que convivem com o diagnóstico por mais de seis meses e estavam em uso da terapia antiretroviral. Como critérios de exclusão, as que utilizavam medicamentos como medida profilática. Os instrumentos de coleta foram entrevista semiestruturada e teste de associação livre, com três termos indutores. Como formas de análise: a abordagem estrutural conformou nove quadros de quatro casas, utilizando-se o software EVOC; as entrevistas e evocações, com auxílio do software Iramuteq, geraram Análise Fatorial de Correspondência e Classificação Hierárquica Descendente, Árvores de Similitude e Nuvens de Palavras; a Análise de Discurso, como técnica, possibilitou operações semânticas, sintáticas e lógicas que revelaram a linguagem em interação por meio de três categorias. Para fins éticos, o projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da UFBA sob número 2.776.570/2017. Os resultados revelaram que a sexualidade é concebida, pelas 191 participantes, como algo difícil de ser nominado, associado à prática sexual e que exige cuidados preventivos para ser vivido e/ou necessita ser afastado, em decorrência de sua condição sorológica. Á luz da abordagem dialógica o medo se revelou incorporado e impossibilitando-as de vivenciar a sexualidade, quando sua condição sorológica se apresenta positiva. Ao conformar os subgrupos geracionais, mulheres jovens, após descobrir-se positiva, se mantêm fiel a um relacionamento afetivossexual, nem sempre satisfatório; a necessidade de tomar medicamentos é imperiosa, o preconceito é difícil de ser enfrentado, e as preocupações relacionadas ao desejo de ser mãe perpassam suas representações; mulheres adultas e de meia-idade esboçam histórias de arrependimento, sofrimento, medo e ciúmes do parceiro; a forma admitida pelas mesmas para lidar com a condição atual é manter o foco no autocuidado e no papel materno, distanciando-se de entes queridos; mulheres idosas centram atenção no binômio filho/infecção e revelam a dificuldade dolorosa de tornar visível sua sexualidade em uma nuance própria de negação e autocensura. As questões geracionais apresentaram pequenas divergências, ao ocuparem espaços distintos nos diversos tipos de análise, ratificando a necessidade de novos estudos que abordem a temática privilegiando a categoria geração. As representações sociais analisadas possibilitaram refletir na tentativa de demonstrar o que está por trás e o que motiva a ação discursiva sobre sexualidade por mulheres que vivem com HIV e revelaram saberes partilhados, ancorados no medo, a partir de uma sexualidade negada que precisa permanecer em segredo que configura um campo de vulnerabilidades feminina, produtoras de demandas para o cuidado.