Entre pés-de-parede e festivais: rota(s) das poéticas orais na cantoria de improviso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Andréa Betânia da
Orientador(a): Matos, Edilene Dias
Banca de defesa: Mello, Beliza Áurea de Arruda, Pradier, Jean-Marie, Bonfim, Carlos Alberto
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Humanidades, Artes e Cultura Milton Santos
Programa de Pós-Graduação: Programa Multidisciplinar de Pós-graduação em Cultura e Sociedade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Voz
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/16254
Resumo: Esta tese investiga a trajetória dos Festivais de Violeiros realizados no Nordeste brasileiro, tendo como fio condutor da pesquisa a poética oral, notadamente a cantoria de improviso. Para construir uma cartografia dos festivais, reflete sobre as mudanças sociais que motivaram o surgimento dessa estrutura mais moderna, o festival, com elementos voltados para o espetáculo urbano como transformação de uma prática mais tradicional, o pé de parede, que acontecia no âmbito rural. O percurso entre a permanência de uma modalidade e o fortalecimento de outra passa pela produção de encontros e congressos que ocupam os espaços da cantoria improvisada, conhecida como repente. A primeira parte, intitulada Improviso e pé-de-parede, volta-se para o caráter estrutural dessa modalidade de poesia oral, enfocando o processo de criação dos versos improvisados, assim como pensa sobre performance a partir do tripé voz, corpo e imagem, que modula a figura do repentista. Além disso, traz uma discussão sobre o envolvimento dos cantadores e das cantadoras com o universo da cantoria desde a infância, a partir da análise das entrevistas realizadas ao longo da pesquisa. A segunda parte, intitulada Festivais: entre rotas e ondas, debruça-se sobre os festivais e busca apresentar uma trajetória a partir dos eventos realizados na Europa e como o modelo adotado no Brasil buscou inspiração nos moldes já em voga nos Festivais de Música Popular Brasileira, por exemplo. Embora a estrutura já fosse utilizada numa vasta tradição de congressos e encontros realizados ainda nos anos 1940, o nome festival passou a ser adotado apenas a partir dos anos 1970. A pesquisa trouxe à tona a existência de rotas que impulsionam o movimento dos festivais. Ao mesmo tempo, verificou-se mudanças na configuração dos eventos, alterando a estética no que se refere à viola, ao verso e à voz, bem como a inserção no circuito da indústria cultural, fomentando a criação de espetáculos voltados para o consumo de massa e valendo-se dos medias como canais de manutenção e expansão.