Agrodiesel e sistemas de produção de mamona no município de Morro do Chapéu (Bahia), safra 2015-2016

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rocha, Alynson dos Santos
Orientador(a): Couto, Vitor de Athayde
Banca de defesa: Couto, Vitor de Athayde, Pertile, Noeli, Schefler, Maria de Lourdes Novaes, Reis, Lívia Liberato de Matos, Machado, Gustavo Bittencourt
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: Geografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/25601
Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar como a alternativa da mamona para o agrodiesel nos anos 2000, a partir dos desdobramentos das ações do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), contribui (ou não) à alteração dos sistemas de produção familiares em Morro do Chapéu (Bahia) e da atuação dos agentes envolvidos – agricultores, atravessadores, Petrobras Biocombustíveis (PBio, subsidiária da Petrobras para agrocombustíveis), empresas processadoras, de assistência técnica e cooperativas. Utilizando-se como referência a base conceitual em torno dos sistemas de produção e agrário, que privilegiam a abordagem transdisciplinar e multiescalar, além dos procedimentos da metodologia Análise Diagnóstico de Sistemas Agrários/de Produção (ADSA) constrói-se tipologia de agricultores familiares ligados ao agrodiesel como subsídio à observação das formas de inserção na nova dinâmica produtiva e, simultaneamente, sua permanência nos circuitos de comercialização estabelecidos, especialmente com os atravessadores. O recorte temporal para essas análises compreende à safra 2015-2016, para a qual estudam-se as dinâmicas agronômica, econômica, além das repercussões com a chegada do agrodiesel de mamona para os seis tipos de sistemas de produção identificados. Complementa-se analisando-se a atuação das cooperativas de agricultores familiares, dos atravessadores e dos técnicos vinculados à PBio, Embrapa e BioÓleo com a implantação do modelo UTD em 2014. Aparentemente, o conjunto de ações dos agentes relacionados ao agrodiesel em Morro do Chapéu não conseguiu alterar significativamente a estrutura produtiva e relações entre agricultores e demais agentes, permanecendo atuações estabelecidas ao longo de décadas de plantio da mamona. As iniciativas na região, embora repletas de argumentos positivos, chocam-se com a complexa realidade dos espaços de execução. Exige-se o amplo conhecimento a priori dessas realidades, seus agentes e interdependências, além da posterior continuidade das ações. São afirmações que reforçam críticas ao estabelecimento de programas estatais, aos moldes do PNPB, sem a devida e profunda observação às especificidades do semiárido. Os resultados desta pesquisa apontam ao esmaecimento do agrodiesel de mamona como alternativa aos agricultores familiares do semiárido baiano, especialmente em Morro do Chapéu.