De Minotauro a Asterion: transmutações do prisioneiro do labirinto entre os séculos XIV e XX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Tavares, Daniella Amaral
Orientador(a): Holzhausen, Marlene
Banca de defesa: Ramos, Elizabeth Santos, Santos Sobrinho, José Amarante, Freire, Luiz Alberto Ribeiro, Carmo, Tereza Pereira do
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27544
Resumo: Esta tese contempla o estudo de cinco releituras sobre a figura tradicional do Minotauro, presentes nas seguintes produções: o Canto XII do Inferno (século XIV), de Dante Alighieri; o esboço a óleo Dédalo e o Minotauro (1636), de Peter Paul Rubens; a ilustração de Gustave Doré para o Inferno dantesco, intitulada O Minotauro (1861); o texto infanto-juvenil O Minotauro (1939), de Monteiro Lobato, e o conto ―A Casa de Asterion‖ (1949), de Jorge Luis Borges. Com isto, objetiva-se analisar como o uso, seja da estilização, ou da paródia, aproximou o Minotauro do que a Antiguidade concebe como natureza humana e o afastou dos seus elementos constitutivos tradicionais. Para tanto, são tomados como balizadores, a taxonomia de Gérard Genette sobre as relações intertextuais, os estudos sobre a paródia e estilização em Sant‘Anna, Hutcheon e Bakhtin e, uma vez que a análise dos diálogos entre literatura e imagem é mediada pelos contextos histórico-culturais e questões ideológicas, considera-se igualmente a noção de tradução intersemiótica, a partir de Jakobson, e as discussões de Lefevere e Even-Zohar acerca das reescrituras e seus contextos de produção. A partir desta pesquisa, observou-se que, sendo o Minotauro um ser de fronteira entre o humano e o não humano, suas transformações perpetuam sua instabilidade, assim como a possibilidade, peculiar aos personagens míticos, de serem múltiplos, sem perderem de todo a conexão com suas fontes mais remotas.