A tradução demúltiplas línguas de partida na legendagem de Viva Belarus!

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Costa, Paterson Franco lattes
Orientador(a): Yerro, Jorge Hernán lattes
Banca de defesa: Yerro, Jorge Hernán, Pfau, Monique, Marques, Priscila Nascimento, Morinaka, Eliza Mitiyo, Cruz, Décio Torres
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT) 
Departamento: Instituto de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35980
Resumo: Esta tese de doutorado tem como ponto de partida a dissertação de mestrado, defendida em 2017, no PPGLitCult (UFBA), intitulada Cinema em exílio: tradução e política na Belarus pós-soviética , onde foi feita a análise das traduções intersemióticas e interlinguais que permeiam o filme Viva Belarus! (2012), e o blog que lhe deu inspiração, Armiejski Dziońnik Franaka Viačorki (2009), ou o Diário Militar de Franak Viačorka (COSTA, 2020). Concentrando-se no recorte de tradução das legendas, à luz dos estudos culturais e pós-coloniais, este trabalho, de base metodológica do tipo bibliográfico, tem como objetivo principal refletir sobre a tradução das múltiplas línguas de partida presentes no filme – belarusso, espanhol, francês, inglês, lituano, polonês, russo e trasianka – para a língua portuguesa, tendo o público brasileiro como alvo, além de investigar formas de evidenciação dessas línguas de partida na legenda de chegada. Contando com o aporte teórico de Hall, Lao-Montes, Oyěwùmí, Bandia, Bernardino-Costa e Grosfoguel, na área de Estudos Culturais, bem como Akudovič, Bykaŭ, Arloŭ e Sahanovič que tratam de aspectos sociológicos e históricos do país, o qual, postula-se, também se insere no contexto pós-colonial, busca-se realizar um mapeamento dos discursos em conflito na Belarus mostrada no filme. Juntam-se à discussão Fanon, Foucault e Deleuze, com as relações de poder em um contexto global, dialogando com Bekus, Fiaduta e Silicki, nos discursos locais. Para o estudo tradutório do corpus, composto de duas legendas, uma de partida e outra de chegada, elaboradas primariamente pelo autor em formato SRT, destaca-se a pesquisa de Barbosa, no campo dos procedimentos técnicos de tradução, aplicada na legendagem a partir das diretrizes compiladas por Ferreira Filho et al. , Naves et al. e Karamitroglou. Com esse aporte, aliado à pesquisa empírica de produções audiovisuais estrangeiras, propõe-se um padrão de legendagem para ouvintes que evidencia as línguas de partida com minimizada interferência, a ser testada em trabalhos posteriores. Com o argumento de que as línguas de partida desempenham papéis narrativos ao longo da trama, estas são estudadas sob múltiplas perspectivas, realizando-se um perfil de cada uma em termos linguísticos, históricos e políticos. Nesse contexto, ocupa lugar central no estudo a pesquisa sobre línguas balto-eslavas empreendida por Sussex e Cubberley, além de Akhmétova e Plútser-Sarnó, para o estudo de vulgarismos da língua russa; Miačkoŭskaja, Cychun e Sender, para o estudo do hibridismo presente na trasianka, e Dini, para uma maior reflexão sobre a língua lituana e sua relação com Belarus. Estas e outras fontes apontam para um longo e complexo histórico de vínculos entre o povo belarusso e as nações vizinhas, fator explorado no filme para explicar a problemática do atual regime ditatorial, o papel de denúncia da obra e um devir de se tornar um país verdadeiramente livre. Espera-se, com este estudo, contribuir para preencher a lacuna sobre Belarus nos estudos de Tradução Audiovisual, sobretudo de cunho identitário, além dos estudos eslavos e pós-coloniais.