DEIXA QUE EU “CANTO” A MINHA HISTÓRIA: BIA FERREIRA, KATÚ MIRIM E EKENA, INTERSECCIONALIDADES E ARTIVISMOS NA CENA MUSICAL BRASILEIRA DA ATUALIDADE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Andrade, Deyse Carla Souza Santos lattes
Orientador(a): Colling, Leandro lattes
Banca de defesa: Colling, Leandro lattes, Rocha, Rosamaria Luiza de Melo lattes, Santana, Marilda lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (Poscultura) 
Departamento: Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos - IHAC
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36921
Resumo: Esta dissertação analisa algumas obras e intervenções públicas de três mulheres cantoras - Katú Mirim, Bia Ferreira e Ekena -, que integram a cena musical artivista da atualidade brasileira, para pensar como elas produzem discursos interseccionais. A relevância da investigação está na possibilidade de contribuir para a literatura especializada sobre a cena artivista no Brasil da atualidade, dando visibilidade às micropolíticas de (r)existências. A metodologia utilizada é baseada na interseccionalidade, em diálogo com saberes dos feminismos negro, decolonial e queer para analisar algumas obras das artistas, bem como algumas entrevistas e performances artísticas encontradas na internet. As teorias acionadas se aproximaram da complexidade das obras das cantoras e nos ajudaram a compreender alguns dos temas e problematizações produzidas pelas cantoras, que apontaram inúmeras avenidas de cruzamento de opressões e como esses cruzamentos contribuíram para a produção de suas obras. Além da intersecção entre raça, gênero e sexualidade e o artivismo musical, apareceram temas como Performance - Educação - Afrofuturismo - Afeto - Tecnologia de Sobrevivência - Colonização - Adoção - Redes sociais - Ancestralidade - Resistência - Cura - Rua - Transgressão - Gordofobia - Geração - Religião - Corpo - Território - Maternidade - Classe - Instituições sociais – Pertença. Alguns deles foram abordados em profundidade aqui. Diante dessa multiplicidade, entendemos que essa dissertação não finaliza as discussões em torno do que a vida e a obra das cantoras podem nos informar em termos de interseccionalidade, ela apenas inicia. Uma das percepções que tivemos ainda, foi a compreensão de que a música para Katú Mirim é resposta, para Bia Ferreira, ferramenta de transformação, de informação, de aprendizagem e, para Ekena, cura. Concluímos entendendo que as inter-relações contribuem significativamente para a produção de subjetividades e de sujeitos singulares, além de cenas artivistas únicas, apesar de disputarem narrativas, por vezes, semelhantes, como o antirracismo. Entendemos que o nó (amarração, encruzilhada) construído no nós (coletividades) reivindica outras construções e outras possibilidades de nós (encruzilhada e coletividades), mais interdependentes porque a vulnerabilidade é humana, mas rejeitam a precariedade.