O espectador da performance urbana artivista: uma análise da recepção da intervenção Cegos, do Desvio Coletivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Martins, Christiane de Fátima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-10022022-124222/
Resumo: A pesquisa se propõe a analisar e refletir sobre quem é o espectador da performance urbana artivista no atual contexto histórico brasileiro, através da análise da ação artística Cegos, idealizada por Marcelo Denny e Marcos Bulhões e realizada pelo grupo de performance e intervenção urbana Desvio Coletivo, de São Paulo; e, por meio desta, buscar compreender o que leva o transeunte a permanecer diante da ação, tornando-se assim um espectador da mesma. Além disso, busca-se responder se a intervenção urbana em questão é capaz de criar imagens que possibilitam incorporar, de maneira reflexiva e afetiva, o transeunte/espectador à obra, tornando-o sujeito e objeto, discutindo quais são os limites entre observador e observado, arquitetura e cenário, ficção e realidade; e se possibilita ao espectador refletir sobre o tempo histórico em que se encontra. Dessa forma, tomando por método a análise das narrativas dos espectadores, observadas e registradas durante as intervenções, a pesquisa busca entender se a performance urbana artivista cria e ativa dispositivos poéticos repletos de elementos desestabilizantes, que alteram o status quo, mesmo que momentaneamente, conforme o entendimento de José A. Sanchez (2016), e se possibilita a este espectador uma reflexão sobre o espaço temporal em que se encontra, tornando-o um espectador emancipado, conforme o entendimento de Jacques Rancière (2010/2012). Assim, a partir das entrevistas realizadas tanto com aqueles que se depararam com a ação, de forma desavisada, rompendo com o fluxo cotidiano desses e da cidade, como com aqueles que se dirigem até o local da realização da intervenção com a intenção de acompanhá-la, propõe-se cinco modalidades de recepção/reação dos espectadores, a saber: identificação; negação; narração ficcional; narração contextual; e reação não discursiva, os quais ampliam o discurso sobre as formas de recepção, principalmente sobre o comportamento social frente à intervenções urbanas performativas.