Estigma e vulnerabilidade ao HIV/aids entre travestis e mulheres transexuais.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sousa, Laio Magno Santos de
Orientador(a): Dourado, Maria Inês Costa
Banca de defesa: Paiva, Vera Silva Facciolla, Monteiro, Simone Souza, Andrade, Luma Nogueira de, Aquino, Estela Maria Motta Leão de, Silva, Luís Augusto Vasconcelos da
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26706
Resumo: Introdução: Os dados sobre a magnitude do HIV/aids entre as mulheres transgênero mostram que a epidemia é muito desproporcional entre elas, quando comparamos com os dados da população geral. O estigma e a discriminação, por conta da expressão de gênero, têm sido comumente associados a uma vulnerabilidade elevada destas mulheres ao HIV/aids. Desse modo, através deste estudo, pretendemos responder a seguinte pergunta de investigação: o estigma e a discriminação relacionados à performance de gênero estão associados à vulnerabilidade desta população ao HIV? Objetivo: Investigar a associação entre o estigma e a discriminação relacionados à performance de gênero e a vulnerabilidade desta população ao HIV. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa com uso de métodos mistos. Os dados quantitativos foram provenientes de um inquérito epidemiológico de corte transversal, realizado entre 2014 e 2016 com 127 TrMT em Salvador-Bahia-Brasil. Foi utilizada a amostragem dirigida pelo participante (RDS) para recrutamento da população de estudo. O estudo qualitativo foi realizado a partir de 19 entrevistas em profundidade. Resultados: Os dados do nosso estudo confirmam a hipótese de associação entre discriminação relacionada à identidade de gênero e o sexo anal desprotegido receptivo na rede amostrada de TrMT. Os dados permitem destacar que os efeitos do estigma, como a violência, a discriminação e a transfobia, relacionados à identidade de gênero, são elementos estruturantes do processo de vulnerabilidade desta população ao HIV/aids. Além disso, nosso estudo mostra que a distinção da performance de gênero das TrMT é um dos elementos essenciais do processo de estigmatização desta população. Observou-se que o processo de estigmatização é operado por meio do poder exercido pelas leis da heterossexualidade compulsória sobre os corpos trans. Conclusão: os dados indicam a necessidade de construção de políticas públicas de proteção à integridade moral e física desta população, considerando o estigma e a discriminação não apenas como um efeito da sociedade patriarcal heteronormativa, mas também como produtor de desfechos negativos em saúde, como o HIV/aids.