Trabalho e lazer na metrópole: lugares e fluxos das diferentes classes sociais na região metropolitana de Salvador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Dias, Patrícia Chame
Orientador(a): Serpa, Angelo Szaniecki Perret
Banca de defesa: Serpa, Angelo Szaniecki Perret, Araújo, James Amorim, Santos, Janio Laurentino de Jesus, Baumgartner, Wendel Henrique, Sposito, Maria Encarnação Beltrão
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia, Instituto de Geografia, Departamento de Geografia
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Geografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21043
Resumo: Partindo de dois pressupostos fundamentais — o homem, ao realizar a vida, pela prática socioespacial, atribui conteúdo e sentido ao espaço; e, cada classe social tem modos particulares de interpretar, usar e se apropriar do espaço —, a proposta desta tese foi a de compreender como as diferentes classes sociais se apropriam de frações do espaço metropolitano nos processos de reprodução da vida. A partir da leitura de Henri Lefebvre, considerou-se a tríade casa/bairro, trabalho e lazer como uma referência para essa reflexão. Para desenvolver essa pesquisa, além da aplicação de questionários e realização de entrevistas com moradores de dois bairros de Lauro de Freitas, município da Região Metropolitana de Salvador, fez-se um levantamento teórico sobre esses temas e utilizaram-se dados secundários. Sendo assim, após estabelecer os critérios para definir e distribuir os sujeitos da pesquisa, em classes sociais, verificou-se como eles compreendiam seu lugar de moradia e os termos trabalho e lazer. Sobretudo, analisou-se o direcionamento de seus fluxos referentes à realização dessas práticas. Como resultado, evidenciou-se que, no plano do discurso, independentemente da classe social, a interpretação atribuída ao trabalho e ao lazer alinhavam-se com as apresentadas pela ideologia dominante. No entanto, as classes populares relacionam mais frequentemente trabalho a sobrevivência e lazer a diversão e distração, enquanto as médias e (médias) superiores mais associam mais o primeiro desses termos à formação do homem e da sociedade e, o segundo, a descanso e relaxamento. No que tange aos fluxos de trabalho, enquanto para as classes médias e (médias) superiores a capital baiana apresenta significativa importância, para as classes populares esses fluxos são quase totalmente destinados à cidade de moradia. Os deslocamentos voltados ao lazer, em termos de volume e de direcionamento, são mais variados em todas as classes. Entretanto, quando se avaliam aqueles que saem de Lauro de Freitas e as atividades a eles relacionadas, nota-se que nas classes (médias) superiores eles se revelam mais diversos em termos de espaço apropriado. Assim, diferindo do que se nota nos discursos, a prática socioespacial revela que, no processo de reprodução, há uma associação entre a porção do espaço usado/apropriado, as atividades que nele se desenvolvem e a classe social. Desse modo, aqueles que integram as classes populares circulam num espaço mais restrito e próximo ao de sua moradia, o que, em contrapartida, lhes permite apropriar-se dele de modo mais intenso.