Todo mundo pode fazer teatro: o teatro do oprimido e a formação político-estética de trabalhadores da indústria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Canda, Cilene Nascimento
Orientador(a): Bezerra, Antônia Pereira
Banca de defesa: Bezerra, Antônia Pereira, Nunes, Sílvia Balestreri, Ribeiro, José Mauro Barbosa, Rabello, Roberto Sanches, Mendonça, Célida Salume
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Teatro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27317
Resumo: A pesquisa, de caráter qualitativo, visa a analisar o processo de formação estética e política de trabalhadores da indústria pelo viés do Teatro do Oprimido. Para tanto, foram estudadas as características do contexto social contemporâneo, ressaltando o campo do trabalho e da estética contemporânea, com vistas a delimitar a importância do Teatro do Oprimido para a formação de trabalhadores na atual conjuntura social. A coleta de dados foi norteada pela abordagem qualitativa de pesquisa, tendo como método a pesquisa-ação. Nos procedimentos metodológicos, o jogo foi identificado como principal estratégia de formação estética e política, sendo ressaltado em diversas pesquisas no âmbito da Pedagogia do Teatro e do Teatro do Oprimido. O trabalho apresenta as etapas do processo formativo do Grupo Embasart, composto por trabalhadores da Empresa Baiana de Águas e Saneamento, ressaltando desde a aplicação de jogos e exercícios, os desafios de inserção do Teatro do Oprimido em uma indústria, o processo de encenação de Teatro-fórum, até a análise das intervenções produzidas pelos espect-atores do espetáculo Cresça e Apareça. Os dados empíricos foram analisados à luz da mediação do processo formativo de trabalhadores, dos depoimentos coletados sobre a experiência e da observação das intervenções dos espect-atores em um espetáculo de Teatro-fórum, procurando compreender o lugar do sujeito como cocriador da experiência teatral. A descrição detalhada dos dados obtidos e os resultados da pesquisa ampliam a compreensão de uma Pedagogia do Teatro do Oprimido como experiência complexa, pelo seu caráter estético, político e educativo. No texto, a técnica do Teatro-fórum é analisada em uma perspectiva de formação de atores e de espect-atores, de cunho crítico e improvisacional, destacando-se a mediação do curinga, visto como educador que provoca reflexões e estimula a participação ativa da platéia, como ensaio para novas ações cotidianas. A pesquisa revelou a influência da prática do Teatro do Oprimido para a ampliação do olhar estético, para a aprendizagem improvisacional e para um maior empoderamento do trabalhador em seu contexto do trabalho. Em virtude dos parcos estudos sobre Teatro do Oprimido, no âmbito da Pedagogia do Teatro, o trabalho aponta novas direções de pesquisa, especialmente a estimulação sensorial do corpo e da voz dos participantes de um processo de formação estético-político.