O assentamento dividido? Produção do Espaço, Mediadores e Conflitos no Projeto de Assentamento de Reforma Agrária Caxá (1980-2010) – Marcionílio Souza (BA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Santos, Tiago Rodrigues
Orientador(a): Germani, Guiomar Inez
Banca de defesa: Câmara, Antônio da Silva, Alencar, Francisco Amaro Gomes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia, Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia (POSGEO)
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/19767
Resumo: Esta pesquisa busca discutir o processo de produção de espaço no Projeto de Assentamento de Reforma Agrária Caxá, localizado no município de Marcionílio Souza, estado da Bahia, destacando o papel dos mediadores. Neste sentido, partiu-se do pressuposto teórico e metodológico de que cada Projeto de Assentamento constitui um novo espaço – de vida e de conflitos –, onde as contradições e antagonismo do modo de produção capitalista também se materializam. Por outro lado, entende-se estes novos espaços como fruto da longa marcha do campesinato brasileiro e, também, como possibilidade de constituírem enquanto espaços de esperança. Implantados desde a década de 1980, os assentamentos de reforma agrária se apresentam como uma forma peculiar de apropriação e organização do espaço pela sua expressão enquanto política pública e pela possibilidade de se apresentarem como novos espaços, construídos a partir da luta e da mobilização dos camponeses. O Projeto de Assentamento de Reforma Ágrária Caxá foi implantado, em 1986, durante o I Plano Nacional de Reforma Agrária, do Governo Sarney (1985-1989), período em que a discussão da reforma agrária volta a cena institucional do País. Compreende-se que a participação dos mediadores políticos em assentamentos rurais é um elemento central para se entender o processo de reprodução do camponês assentado. Para a realização deste trabalho foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica, cartográfica e documental sobre o tema proposto, bem como realização de entrevistas com técnicos de órgãos governamentais e lideranças de movimentos sociais de luta pela terra, principalmente aqueles que atuam no estado da Bahia. A formação das cinco associações presentes hoje no Projeto Caxá evidenciam o processo dinâmico, contraditório e revelador do papel dos mediadores da produção do espaço em assentamentos rurais. Assim, compreende-se que o camponês assentado se reproduz enquanto ser social a partir da pressão de lógicas diferenciadas, como a lógica do mercado, do Estado, do ethos camponês e da lógica dos movimentos sociais.