FLUTUAÇÕES DO BUTOH NO CORPO DO ARTISTA QUE DANÇA: POÉTICAS DA MESTIÇAGEM

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Martins, Simone
Orientador(a): Queiroz, Clélia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/11966
Resumo: Esta dissertação pretende estabelecer uma ponte flutuante para dar início a uma viajem com trânsitos, deslocamentos, migrações que exploram as misturas entre campos de conhecimento, entre linguagens, entre textos, entre danças. Este estudo tratará as danças e os corpos que dançam como objetos flutuantes percebendo-os a partir de seu movimento ondulatório, em constante vibração, propagação, perturbação, mistura e dissipação. Elegendo como foco da investigação os estados de contaminação, optamos por um diálogo-correspondência, com dois artistas japoneses, que em seus percursos de vida, deixam marcas de seus passos no Brasil, Takao Kusuno (1945-2001) e Tadashi Endo (1947). Escavando o corpo do artista da dança, atraídos pelo Ankoku Butoh como alvo de indagações, experimentações e criações. Entendendo a Dança do Butoh na linha de fuga deleuzeana (DELEUZE, 1996), de sua filosofia tomamos a visão rizomática e desvios. Os temas que abordaremos partem da reflexão relativa aos processos de mestiçagem da cultura nos valendo das ideias do filósofo Michel Serres (SERRES,1993). Mestiçagem que acreditamos ocorrer no corpo do artista que entra em contato com uma dança que não conhece, passando a confrontar-se com processos de desestabilização, de atualização e incorporação da informação estrangeira. Segundo a visão da Teoria Geral de Sistemas e de acordo com Jorge de Albuquerque Vieira, todos os sistemas do universo evoluem num estado de contínua flutuação. Estas flutuações se dão por meio de crises e perturbações em etapas sucessivas tal qual na noção de auto organização sistêmica de Ilya Prigogine (PRIGOGINE & STENGERS, 1984, ) que trata da ordem a partir das flutuações, desvios que implicam em sequências de instabilidades. Nos aproveitamos do intercruzamento da dança com as ciências cognitivas com o conceito de mediação do corpo mídia (Greiner & Katz, 2001) dos fluxos de informação, observamos os processos de ‘’embodiment/corporalização’’ (Queiroz, 2004, 2009) e investigamos a capacidade de um sistema (butoh), produzir efeitos e criar condições, para que estes efeitos se estabilizem e inventem novas configurações. Neste estudo propusemos uma pesquisa de campo intitulada Experiências Flutuantes do Butoh (Brasil-Peru). As experiências se entrecruzam com a elaboração da dissertação tornando-se uma ‘’zona de flutuação’’ onde investigamos como as informações se propagam, modificam, passam por adaptações, se estabelecem de imediato em novas soluções ou ocorrem em etapas crísicas, como sugere o conceito do Evolon (MENDE, apud VIEIRA, 2007) e corpo crise (Greiner, 2010). Nesta escrita-dança–crise experimentamos os processos de mestiçagem no corpo do artista que dança afetado pelo butoh, constituindo explorações em campos interdisciplinares.